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Mas os negócios no setor agrícola brasileiro – o que mais cresce no mundo – afastam-se das práticas comuns nos cinturões produtores da América do Norte, onde a Nutrien é um dos principais fornecedores de fertilizantes, produtos químicos e sementes.
Para a Nutrien, vendas em varejo de sementes, produtos químicos e fertilizantes para agricultores brasileiros são uma maneira de gerenciar outro risco – a volatilidade nos preços de fertilizantes. As lojas de varejo nos Estados Unidos são uma alternativa importante em períodos de alta oferta e preços baixos – como agora – porque dão ao maior produtor mundial de fertilizantes a garantia de demanda em um grande mercado agrícola.
Os barters brasileiros geralmente envolvem agricultores, manipuladores de grãos como Cargill e vendedores de fertilizantes em acordos de três vias em que os produtores comprometem uma parcela de sua futura colheita para a trading de grãos em troca de fertilizantes.
Esses mecanismos são desnecessários no Canadá e nos Estados Unidos, onde os bancos e os financiadores governamentais oferecem amplo crédito aos agricultores durante o outono, quando podem começar a vender sua produção. Os agricultores brasileiros não possuem credores tão dispostos e, por isso, monetizam culturas que nem foram plantadas ainda.
“Produtores brasileiros usam sua soja como dinheiro, usam milho como dinheiro”, disse Rick McLellan, vice-presidente sênior do Brasil para a Mosaic, que faz alguns acordos de barter.
A Nutrien, formada em janeiro por uma fusão da Potash Corp of Saskatchewan e a Agrium, divulgou no mesmo mês que pretende se tornar um grande fornecedor no Brasil, estendendo seu alcance além da América do Norte, Austrália e Argentina.
O CEO, Chuck Magro, revelou à Reuters que a empresa procura alcançar até 30% das vendas de varejo em bolsões produtores do Brasil – um nível que ele avalia que não levantará preocupações antitruste. O plano de crescimento depende principalmente da compra de revendedores existentes.
Para construir seu negócio no Brasil, a Nutrien está disposta a operar barters, aceitando grãos como garantia contra crédito, semelhante a sua atuação na Argentina, disse Magro.