Lucro do BNDES cresce 178% no 2º trimestre

13 de agosto de 2018

Resultado total do semestre, de R$ 4,7 bi, foi o melhor desde 2014

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou hoje (13) que teve lucro líquido de R$ 2,7 bilhões no segundo trimestre, um salto de 178% ante mesma etapa do ano passado.

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Segundo o presidente do BNDES, Dyogo Oliveira, o lucro do primeiro semestre (R$ 4,7 bilhões), ante R$ 1,3 bilhão no mesmo período de 2017, foi o melhor para o período desde 2014 e foi impulsionado por venda de participações em empresas, redução em provisão de risco e intermediação financeira. A inadimplência acima de 90 dias do banco fechou o primeiro semestre em 1,45% ante 2,08% um ano antes.

No semestre, o banco vendeu participações na Eletropaulo, operação na qual levantou R$ 1 bilhão. Com os papéis da Petrobras, o banco levantou R$ 1,8 bilhão e sua fatia na empresa saiu de 16,54% para 15,24%.

“A justificativa principal para a venda foi o enquadramento a 25% do patrimônio de referência que é o nosso limite de exposição”, declarou Oliveira. “Com essa movimentação, estamos enquadrados e uma folga até 2021”, adicionou o diretor da área jurídica, Marcelo Siqueira.

A carteira de participações do BNDES no fim de junho baixou para R$ 69 bilhões ante R$ 75 bilhões no fim de março. A meta do banco para 2018 é vender ao menos R$ 10 bilhões da sua carteira de participações.

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Técnicos do banco dizem que parte da operação de fusão da Suzano com a Fibria poderá ser contabilizada no trimestre atual, mesmo que os recursos não entrem no caixa do banco. A operação pode render R$ 8,5 bilhões mais uma fatia na nova empresa.

Oliveira disse esperar um segundo positivo para o banco.”As perspectiva são boas porque acreditamos que o provisionamento para risco de crédito continuará baixo, estamos fazendo grande esforço de redução de tempo para contratação de recursos e a redução da burocracia deve resultar em volume maior de desembolso e contratação”, disse ele.

Em 2018, o BNDES vai pagar até 60% de dividendo ao governo. A partir do ano que vem, o percentual será de no máximo 25%. O novo limite faz parte do acordo costurado com a Fazenda para o novo cronograma de devolução de empréstimos ao banco feitos pelo Tesouro nos últimos anos.

O BNDES devolveu R$ 60 bilhões este ano e deve devolver outros R$ 70 bilhões. No fim do ano, o passivo do BNDES com o Tesouro ainda será de quase R$ 300 bilhões.