Netshoes trabalha com Goldman Sachs para achar sócio

25 de agosto de 2018
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Parte da dívida bancária da Netshoes já foi refinanciada, ampliando vencimentos em um ano em média e criando alguns períodos de carência

O fundador e presidente da empresa de varejo eletrônico Netshoes, Marcio Kumruian, está trabalhando com o Goldman Sachs para buscar um novo sócio que possa injetar capital na companhia, depois de o banco ter ajudado a empresa a refinanciar sua dívida, afirmaram duas fontes com conhecimento do assunto.

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Parte da dívida bancária da Netshoes já foi refinanciada, ampliando vencimentos em um ano em média e criando alguns períodos de carência, mas Kumruian também busca um sócio, disseram as fontes.

As chances de encontrar um sócio para injeção de capital na Netshoes são pequenas, disse uma das fontes, porque Kumruian espera que seja atribuído um valor considerado alto demais para a empresa. As fontes não detalharam quanto exatamente Kumruian está pedindo por ação da Netshoes.

Goldman Sachs e Netshoes não comentaram o assunto.

Os maiores acionistas da plataforma de comércio eletrônico, como a empresa de investimentos Tiger Global Management e o fundo soberano de Singapura GIC, não têm interesse em injetar mais dinheiro na empresa, disseram as fontes. Tiger E GIC não responderam imediatamente a pedidos de entrevista.

Desde a oferta de ações da companhia na bolsa de Nova York há 16 meses, os papéis perderam cerca de 90% do valor e a empresa atualmente tem um valor de mercado de cerca de US$ 67 milhões.

Investidores estão se livrando da ação depois que promessas de crescimento não se concretizaram e a companhia continuou a acumular prejuízos e queimar caixa.

Os recursos disponíveis em caixa e em investimentos de curto prazo caíram de R$ 420 milhões para R$ 75 milhões em 12 meses encerrados em junho. A Netshoes acumulou prejuízo de R$ 194 milhões no mesmo período.

No segundo trimestre, a Netshoes teve prejuízo de R$ 38 milhões e afirmou que as vendas caíram 2,5% por causa do impacto da greve dos caminhoneiros, em maio.

A maior parte da dívida bancária da empresa estava refinanciada no final do segundo trimestre, ampliando os vencimentos em um ano.