Dólar salta cerca de 1,5% ante real

3 de setembro de 2018
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Às 10h43, o dólar avançava 1,39%, a R$ 4,1291 na venda

O dólar saltava cerca de 1,5% ante o real hoje (3), com a cautela predominando entre os investidores devido ao cenário eleitoral doméstico e às preocupações com a guerra comercial entre Estados Unidos e seus parceiros.

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Às 10h43, o dólar avançava 1,39%, a R$ 4,1291 na venda, depois de terminar agosto com a maior alta mensal desde setembro de 2015, de 8,46%. O dólar futuro avançava cerca de 2%.

“O cenário ainda é incerto, tanto com a guerra comercial quanto com o desfecho das eleições. E ainda há menor liquidez com o feriado dos EUA”, afirmou um profissional da mesa de câmbio de uma corretora local, referindo-se ao Dia do Trabalho norte-americano que mantém os mercados locais fechados.

Apesar de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter barrado a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência, líder em todas as pesquisas de intenção de voto, ele apareceu nas campanhas de rádio e televisão. Para o mercado, isso pode aumentar a transferência de votos dele para outro candidato.

Nesta manhã, o TSE mandou suspender a veiculação de propaganda eleitoral que apresente Lula como candidato a presidente e determinou multa de R$ 500 mil para cada propaganda veiculada no rádio em caso de descumprimento.

“A maior cautela do mercado hoje é uma grande transferência de votos de Lula para seu [ao que tudo indica] sucessor, Fernando Haddad”, trouxe a H.Commcor Corretora em relatório.

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O mercado enxerga que o PT teria menos cuidado com a questão fiscal do país, sem fazer as reformas que considera importante para o ajuste das contas públicas.

Os investidores aguardavam novas pesquisas de intenção de votos: Ibope, amanhã (4), e Datafolha na quinta-feira (6).

Levantamento conhecido hoje, do Banco BTG, mostrou que Jair Bolsonaro (PSL) seguia na liderança, mas em segundo lugar apareceu Ciro Gomes (PDT), que ultrapassou Marina Silva (Rede). Geraldo Alckmin (PSDB), candidato que mais agrada ao mercado, continuava patinando.

No exterior, os investidores monitoravam ainda a guerra comercial entre Estados Unidos e seus parceiros comerciais. No final de semana, o presidente norte-americano, Donald Trump, disse que o Canadá não era necessário no acordo do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta).

Há temores de que a economia mundial seja afetada por essa disputa. A China, que corre o risco de ter novas tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos pelos Estados Unidos, divulgou que seu crescimento industrial desacelerou para a mínima em 14 meses em agosto, justamente por causa da guerra comercial com os Estados Unidos.

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O dólar avançava com força ante outras divisas de países emergentes, com destaque para a lira turca, depois que a inflação no país saltou para quase 18%. O dólar também subia ante uma cesta de moedas fortes.

O Banco Central brasileiro realiza nesta sessão leilão de até 10,9 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de outubro, no total de US$ 9,801 bilhões. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.