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Ghosn e associados próximos usaram dinheiro do fundo para ajudar a pagar casas usadas pela família de Ghosn, bem como outras despesas pessoais, afirmaram as fontes.
O porta-voz da Nissan, Nick Maxfield, disse que a montadora japonesa está analisando a natureza e o alcance das ações de Ghosn. “Não podemos comentar sobre detalhes da investigação em curso neste momento”, disse.
Ghosn rejeita as acusações. Seu advogado em Tóquio, Motonari Otsuru, não estava disponível para comentar o assunto.
Em resposta a questionamentos da Reuters sobre o fundo e outros assuntos, dois representantes de Ghosn nos Estados Unidos disseram que não poderiam se manifestar por não estarem familiarizados com os detalhes.
A Nissan demitiu Ghosn da posição de presidente do conselho de administração em 26 de novembro, uma semana após ele ter sido preso em Tóquio, acusado de conspiração para ocultar metade de seus rendimentos de 10 bilhões de ienes (US$ 88 milhões) obtidos por cinco anos desde 2010. Ele foi indiciado nesta semana e continua preso.
Até pouco tempo um dos mais celebrados executivos da indústria automotiva mundial, Ghosn é tido como autor da aliança da Nissan com a Renault e a Mitsubishi. Ele também foi demitido do posto de presidente do conselho da Mitsubishi e a Renault evita afastá-lo do comando da empresa.
REPARTIDOS
A Reuters não pode verificar quem era encarregado dos pagamentos. Realizadas desta maneira, as transações podem ter passado pelos filtros da área financeira da Nissan e funcionários da aliança Nissan-Renault, disseram as fontes.
“Por que [a equipe financeira] iria verificar transações de US$ 1 milhão em uma subsidiária cinco ou seis níveis abaixo em relação à sede global? Ela não faria isso”, disse uma fonte com conhecimento da investigação. “Especialmente quando as quantias são menores do que esse valor”, acrescentou.
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Ghosn deve argumentar que as propriedades espalhadas em várias cidades do mundo foram compradas pela Nissan como residências corporativas, disseram as fontes.
A Zi-A Capital foi registrada na Holanda como empresa da Nissan em 10 de dezembro de 2010, com Ghosn e o diretor da Nissan Greg Kelly nomeados como diretores de um grupo de quatro. Ghosn, que também era presidente-executivo da unidade, deixou o posto em 2 de novembro de 2011, segundo documentos da companhia disponíveis na Câmara de Comércio da Holanda.
O papel de duas subsidiárias da Zi-A Capital – a Zi-A Capital, em Dubai, e a Hamsa Holdings, nas Ilhas Virgens Britânicas – também estão sendo investigado, disse uma das fontes.
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Mas a Ernst & Young ShinNihon, auditora independente da montadora, questionou a gestão da companhia várias vezes, principalmente por volta de 2013, sobre a compra de casas de luxo fora do Japão para uso pessoal de Ghosn e sobre direitos acionários conferidos a ele, disse uma fontes.
Mas a montadora japonesa afirmou que as transações e os relatórios financeiros estavam corretos, disse a fonte.
BATATA FRITA
O fundo reserva do presidente foi criado para pagar necessidades de negócios não planejadas e, em alguns momentos, pode conter “alguns milhões de dólares”, disse uma das fontes.
Segundo elas, a investigação está analisando “uma montanha” de recibos e outros registros financeiros para ver se as compras de casas no Rio de Janeiro, Beirute e Paris, bem como despesas como admissão em clube de iatismo e doação a uma universidade, foram aprovadas e pagas corretamente.