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Os indiciamentos eram amplamente esperadas depois que Ghosn foi preso no mês passado pelas mesmas alegações. De acordo com a lei japonesa, suspeitos podem ser detidos por 23 dias antes de serem acusados formalmente. Hoje, procuradores também indiciaram a Nissan Motor e o ex diretor-representante Greg Kelly por ocular parte da renda de Ghosn durante esses três anos. Kelly foi preso em novembro e libertado com o pagamento de fiança no dia de Natal.
Ghosn, Kelly e a Nissan já haviam sido indiciados por subdeclarar a renda do ex-presidente do conselho de administração por cinco anos até 2015.
Kelly, que foi hospitalizado devido um problema no pescoço imediatamente após deixar a prisão, não pode sair do país sem uma autorização especial. Ele tem negado todas as acusações. Kitamura disse acreditar que Ghosn e Kelly serão julgados juntos nas duas acusações e que trabalhará de perto com a equipe legal de Ghosn para se preparar para o julgamento.
Durante audiência na terça-feira, Ghosn negou as alegações, que chamou de “sem mérito” e “infundadas”.
No tribunal, Ghosn disse ter pedido que a Nissan assumisse temporariamente seus contratos de câmbio depois que a crise de 2008-2009 fez com que seu banco pedisse maiores garantias. Ele disse ter tomado essa decisão para não precisar renunciar e usar sua aposentadoria como garantia.
Em resposta às acusações, a Nissan disse em comunicado que “leva essa situação extremamente a sério e expressa seu mais profundo arrependimento a qualquer preocupação causada a seus acionistas”.
Sobre a suposta transferência de perdas de Ghosn à Nissan, a companhia disse que “não tolera de maneira nenhuma tal má conduta e pede penas rigorosas”.
Na quinta-feira, a mulher de Ghosn, Carole, emitiu um comunicado sobre a prolongada prisão do executivo, pedindo que autoridades japonesas forneçam maiores informações sobre a saúde de seu marido depois que ele teve uma febre, dizendo estar preocupada com sua recuperação.