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Com uma oferta de R$ 1,9 bilhão, ágio de 1.010% sobre o valor mínimo fixado para outorga, a Aena foi declarada vencedora após 19 lances no leilão viva-voz. O grupo espanhol obteve com isso o direito de administrar os aeroportos de Recife (PE), Maceió (AL), João Pessoa (PB), Aracaju (SE), Campina Grande (PB) e Juazeiro do Norte (CE) por 30 anos.
No conjunto, o governo federal levantou R$ 2,377 bilhões com o pagamento imediato da outorga mínima, um ágio de 986% em relação ao valor mínimo fixado para o leilão.
Representantes do governo e instituições financeiras viram o resultado como mostra de confiança de investidores na retomada da economia e um indício que a concorrência por outros ativos na sequência também será forte.
“O Brasil voltou para o jogo do investimento internacional”, disse a jornalistas o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, logo após o leilão.
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Além da própria Aena, entraram no leilão desta sexta-feria o Patria Investimentos e o grupo alemão PSP/AviAlliance por meio do consórcio Região Nordeste; a francesa ADP, que administra o aeroporto de Paris, além dos já conhecidos Vinci, Fraport e Socicam/Sinart, que arrematou o lote Centro-Oeste.
“O governo federal também foi vencedor, pois o leilão atraiu taxas de concessão relativamente altas de grupos tradicionais que já atuam no Brasil e de recém-chegados”, afirmou o BTG Pactual em nota a clientes.
O certame pode de fato dar bons presságios ao governo para vendas e concessões de ativos nos próximos anos. Só em aeroportos, serão duas novas rodadas para transferir 36 terminais para o setor privado entre 2020 e 2022.
A primeira delas será aberta na próxima segunda-feira (18), para culminar no leilão no segundo semestre do ano que vem, disse o secretário Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Adalberto Vasconcelos.
Nesta fase serão licitados três lotes: no Sul do país com os terminais de Curitiba, Foz do Iguaçu, Londrina; Joinville, Navegantes, Bagé, Uruguaiana e Pelotas. O Centro-Oeste/Nordeste tem os terminais de Goiânia (GO), Palmas (TO), São Luís (MA), Teresina (PI), Imperatriz (MA), Petrolina (PE). E o do Norte do país com os terminais de Manaus, Tabatinga, Tefé, Porto Velho (RO), Boa Vista (RR), Rio Branco (AC) e Cruzeiro do Sul (AC).
Para 2021-22, outros três lotes devem ser licitados, com os mais cobiçados, de Congonhas, na capital paulista, o Santos Dumont, no Rio de Janeiro, ficando por último.
Mas o próximo grande teste para o governo federal na área de logística será o leilão da ferrovia Norte-Sul, que foi confirmado para o próximo dia 28, na própria B3.
“Teremos pelo menos dois concorrentes nesse leilão”, disse Vasconcelos à Reuters.
Em nota, o Credit Suisse avaliou que, embora a derrota possa ser interpretada como negativa num primeiro momento para a CCR, as propostas mais conservadoras da empresa são um bom sinal, “especialmente considerando as oportunidades de investimento no setor de estradas e mobilidade urbana, onde deve haver uma concorrência significativamente menor”.
Às 16:41, a ação da CCR tinha queda de 1,6%, enquanto o Ibovespa subia 0,4%.
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