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O veredicto, emitido na Corte Superior da Califórnia, em Oakland, marca a derrota mais recente para o conglomerado de saúde que enfrenta mais de 13 mil processos judiciais relacionados ao talco em todo o país.
“Nós respeitamos o processo legal e reiteramos que os veredictos do júri não são conclusões médicas, científicas ou regulamentares sobre um produto”, disse a J&J em comunicado emitido ontem.
A empresa de New Brunswick, Nova Jersey, nega que seu talco cause câncer, afirmando que inúmeros estudos e testes realizados por reguladores em todo o mundo mostraram que o talco é seguro e livre de amianto.
O processo foi movido por Terry Leavitt, que disse que usou o talco Baby Powder e o Shower to Shower – outro produto vendido pela J&J no passado – nos anos 1960 e 1970 e foi diagnosticada com mesotelioma em 2017.
Esse foi o primeiro de mais de uma dúzia de processos relacionados ao talco da J&J programados para ir ao tribunal em 2019. O julgamento de nove semanas começou em 7 de janeiro e incluiu depoimentos de quase uma dúzia de especialistas de ambos os lados.
O júri deliberou durante dois dias antes de conceder seu veredicto, que foi transmitido online pela rede “Courtroom View”.
Os jurados declararam que os produtos da J&J baseados em talco usados por Terry estavam com defeito e que a empresa não havia alertado os consumidores sobre os riscos à saúde, concedendo US$ 29,4 milhões em indenização à mulher e seu marido.
O caso de Terry acerca do talco foi o primeiro a ir a julgamento desde que a Reuters publicou, em 14 de dezembro, uma reportagem detalhando que a J&J sabia que o talco – em sua forma pura e finalizada – às vezes resultava em positivo para pequenas quantidades de amianto, desde a década de 1970 até o início dos anos 2000, e não divulgou essa informações a reguladores ou consumidores.
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O caso de Terry incluía originalmente o fornecedor de talco da J&J, Imerys Talc America, uma unidade da Imerys, como coréu. O juiz da Corte Superior da Califórnia Brad Seligman, que supervisionou o julgamento, disse aos jurados em fevereiro que a empresa não fazia mais parte do processo depois que entrou com pedido de recuperação judicial, sob o impacto dos casos relacionados ao talco, que manteve ações judiciais contra ela.
Em 11 casos até agora alegando contaminação por amianto em talco, três resultaram em vitórias para as vítimas, concedendo indenizações de até US$ 4,69 bilhões em um veredicto sobre câncer de ovário em julho de 2018. A J&J ganhou três outros casos e outros cinco foram suspensos.
A J&J recorreu de todos os veredictos e disse que está confiante de que serão anulados em uma apelação.
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