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O pedido marca a primeira grande manobra legal da nova equipe jurídica de Ghosn desde sua libertação sob fiança no mês passado, enquanto enfrenta acusações crescentes de má conduta financeira durante seu tempo no comando da Nissan e dos parceiros Renault SA e Mitsubishi Motors, um dos maiores grupos de fabricantes de automóveis do mundo.
Os promotores de Tóquio acusaram Ghosn e Greg Kelly, um colaborador próximo que atuou como diretor do conselho da Nissan, de má conduta financeira. A Nissan também está incluída na acusação por fazer divulgações falsas em relatórios anuais de valores mobiliários, pelos quais a empresa expressou arrependimento.
“Não importa como você olhe, ter Ghosn sentado ao lado da Nissan no tribunal seria peculiar, isso iria contra o seu direito a um julgamento justo”, disse seu principal advogado de defesa, Junichiro Hironaka, em uma coletiva.
Ghosn foi preso em Tóquio em novembro, depois que a Nissan disse aos promotores que sua própria investigação descobriu evidências dos erros do executivo. Ele passou mais de 100 dias em um centro de detenção antes de ser libertado graça ao pagamento de uma fiança de US$ 9 milhões no mês passado. Ghosn, agora destituído do cargo de presidente da Nissan, nega as acusações, assim como Kelly.
O brasileiro enfrenta acusações criminais no Japão por não reportar cerca de US$ 82 milhões em salários da Nissan, e por transferir temporariamente perdas financeiras pessoais para os livros da montadora durante a crise financeira global.
“É certo que seus advogados não querem que Ghosn seja julgado pela Nissan. A companhia se declarará culpada e isso influenciará claramente o clima do julgamento”, disse Nobuo Gohara, advogado que comanda o Escritório de Compliance e Direito Gohara, que não está envolvido no caso Ghosn.