Burger King incorpora proteína vegetal ao cardápio nos EUA

1 de abril de 2019

Adicionar a Impossible Foods ao menu é uma outra maneira de o Burger King se reinventar.

Resumo da Notícia:

  • Burger King lança versão vegetal do Whopper em 59 lojas de St. Louis;
  • Versão original e vegana são bastante parecidas em sabor e crocância;
  • Alternativa é feita graças à molécula heme, presente em quase todas as plantas e animais vivos.

A partir de agora, os adeptos do veganismo já podem pedir um hambúrguer no Burger King com o sabor do original. A rede de fast food, que tem vendas anuais de US$ 21 bilhões, está testando o Impossible Whopper.

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Desenvolvido pela startup Impossible Foods, o hambúrguer está sendo lançado hoje (1) em 59 lojas em St. Louis. Em breve, alcançará mais de 7 mil lojas nos Estados Unidos, consolidando o que tende a se tornar a maior marca de proteínas de laboratório. Até agora, os pioneiros estavam limitados à White Castle – cadeia norte-americana que começou a vender seus produtos no ano passado em seus 400 restaurantes, gerando uma grande concorrência com a Carl’s Jr., que lançou um hambúrguer com a Beyond Meat em janeiro, em 1,1 mil unidades.

“Isso pode ser um verdadeiro marco para nós como marca”, disse o diretor de marketing global do Burger King, Fernando Machado.

O Burger King tenta adicionar uma opção vegetariana ao cardápio há anos, mas nunca alcançou a expectativa. “Nossas lojas não conseguiram obter uma base de consumidores fiéis e, consequentemente, não ganhamos escala”, conta o executivo. “Acabamos vendendo pouco.”

Com a Impossible Foods é diferente já que a grande maioria da base de consumidores – cerca de 90% dos clientes – é carnívora. “Não é um produto de nicho”, acrescenta Machado.

Na sede da Burger King em Miami, a Forbes experimentou um Whopper original e sua versão vegetal. Na verdade, foi difícil distinguir o sabor, desde a crocância até a textura do hambúrguer dentro do sanduíche.

O hambúrguer de soja e vegetais da Impossible Foods se parece muito com a tradicional carne bovina por conta de um ingrediente, o heme, uma molécula encontrada em quase todas as plantas e animais vivos. Enquanto a Beyond Meat não usa nenhum produto geneticamente modificado, as opções da IF contam com o ingrediente. Como é de difícil fornecimento, e a empresa não a fabrica internamente, estão sendo construídas cadeias inteiras para produzir heme suficiente para atender o contrato. Se a Impossible Foods quiser se internacionalizar para as mais de 10 mil lojas do Burger King, essas cadeias terão de funcionar e melhorar.

Atualmente vendida em mais de 5 mil restaurantes dos EUA, a Impossible Foods diz que cada hambúrguer produz 89% menos emissões do que um hambúrguer de carne bovina, consome menos 96% de terra e 87% menos água. A startup levantou cerca de US$ 500 milhões, de acordo com a Pitchbook, e é apoiada por alguns dos principais investidores da tecnologia, a começar por Bill Gates.

Adicionar a Impossible Foods ao menu é uma outra maneira de o Burger King se reinventar. A empresa é uma das integrantes do segmento de restaurantes que mais cresce no mundo atualmente, tendo aberto cerca de 1 mil lojas no ano passado. O que começou como uma arriscada aquisição da 3G Capital por US$ 4 bilhões em 2010, tornou-se uma empresa de US$ 15,8 bilhões (valor de mercado), que é comercializada pela Restaurant Brands International, que também conta com Tim Hortons e Popeyes. No ano passado, a RBI teve uma receita de US$ 5,3 bilhões, principalmente com taxas de franquia e uma margem de lucro líquido de 23%.

“Eu não acho que as pessoas realmente apreciam o quão ágeis nós somos”, disse o presidente executivo da Restaurant Brands, Daniel Schwartz, em uma entrevista. “Ter uma organização enxuta – mas com pessoas competentes -, permite que tenhamos disciplina e possamos nos mover rapidamente.”

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