Conheça o cofundador menos conhecido do Pinterest

24 de abril de 2019
Reprodução Forbes

Paul Sciarra permaneceu praticamente fora do radar desde sua saída do Pinterest em abril de 2012

Resumo:

  • Paul Sciarra deixou o Pinterest há sete anos e, atualmente, trabalha no projeto da Joby Aviation, startup voltada para o desenvolvimento de táxi aéreo movido à eletricidade;
  • O empreendedor ainda possui uma participação de 8% na rede social;
  • A plataforma, que permite a criação de coleções online, levantou US$ 1,5 bilhão em investimento e, atualmente, possui 250 bilhões de usuários ativos por mês.

Atualmente, Paul Sciarra passa a maior parte do tempo pensando em táxis aéreos movidos a eletricidade. Nove anos atrás, no entanto, como um dos três cofundadores do Pinterest, seu foco principal era no compartilhamento de imagens da empresa de mídia social. Com a abertura de capital da plataforma, na última quinta-feira (18), os outros dois outros cofundadores – o CEO Ben Silbermann e o diretor de criação Evan Sharp – estão no centro das atenções. Mas Sciarra, que deixou o Pinterest há sete anos, provavelmente está acompanhando de perto as operações na bolsa, já que mantém uma participação estimada de 8% na companhia.

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Sciarra, que vive em São Francisco com sua esposa, Jen, permaneceu praticamente fora do radar desde sua saída do Pinterest em abril de 2012, mas conversou com a Forbes via e-mail na última terça-feira (16) sobre suas ocupações pós-Pinterest.

O empreendedor fez parte da plataforma desde o início. Com Silbermann, colega de classe de Yale, Sciarra cofundou uma startup chamada Cold Brew Labs em 2008. Seu primeiro produto foi um aplicativo de compras para o iPhone chamado Tote. A ferramenta apresentava o que ele define como uma reflexão tardia: o recurso permitia que as pessoas salvassem itens para mais tarde – como dobrar páginas em um catálogo em papel para olhar depois. No fim, a ideia foi adotada e a startup acabou transformando-se no Pinterest. Após Sharp juntar-se à dupla, o trio lançou a primeira versão da ferramenta para desktop em 2010 – que girava em torno de salvar e compartilhar imagens por meio de coleções virtuais.

Na época, outros sites como o Facebook e o Twitter eram muito pesados. Enquanto o primeiro era focado em um espaço para se conectar aos amigos, o Pinterest era um lugar para se conectar por meio a afinidade por interesses e hobbies a pessoas que você provavelmente não conhecia na vida real.

O Pinterest começou como uma startup com poucos benefícios. Enquanto outras empresas na época eram mais agressivas e fáceis de lidar, isso não acontecia com a plataforma. A iniciativa focou na procura de pessoas que tivessem uma ampla gama de interesses e fossem engenheiros e designers qualificados. A captação de recursos não foi um processo fácil e sua base de usuários demorou para crescer.

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“Nós e o Pinterest fomos prejudicados por quase todos as empresas de capital de risco em nossas primeiras rodadas de financiamento”, lembra Sciarra.

O Pinterest, que agora tem mais de 250 milhões de usuários ativos por mês, permite que as pessoas criem coleções online de moda, receitas, mobília ou qualquer peça visual. A empresa levantou US$ 1,5 bilhão em investimentos.

Sciarra, no entanto, não ficou no Pinterest por muito tempo. Enquanto os documentos normativos de 2010 o listam como presidente e CEO da plataforma, Silbermann, ex-consultor administrativo, começou teoricamente a assumir essas funções no início de 2012. Logo depois, Sciarra anunciou sua saída da empresa.

“Depois de muita reflexão e muita discussão com Ben e os outros, decidi que era uma boa hora para deixar formalmente o envolvimento com o dia a dia da empresa”, disse ele em uma postagem de abril de 2012.

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Sciarra se tornou, então, “entrepreneur in residence” – posição normalmente ocupada por empreendedores de sucesso em empresas de capital de risco, de private equity ou aceleradores de startups para liderar uma empresa emergente pequena, em estágio inicial, considerada de alto potencial – na companhia de venture capital do Vale do Silício Andreessen Horowitz, que liderou uma rodada de investimento de US$ 27 milhões no Pinterest no final de 2011. “Ben era o cara que levaria a companhia à próxima fase e está fazendo um excelente trabalho”, disse ele a Forbes em 2014.

Logo depois de ingressar na Andreessen Horowitz, Sciarra se envolveu no projeto da startup no qual está focado desde então: a Joby Aviation, empresa que está desenvolvendo táxis aéreos de decolagem e aterrissagem vertical para resolver o problema de congestionamento de tráfego e longos deslocamentos. Ele é presidente executivo da Joby, que tem escritórios em Santa Cruz e San Carlos, Califórnia, desde 2014. O executivo diz que se concentra em três pontos na Joby: 1) garantir que a companhia esteja criando o produto certo para o problema que pretende resolver, 2) construir a organização e 3) desenvolver o negócio e a captação de recursos.

Sciarra e o investidor do Pinterest, Ron Conway, são investidores-anjo na Joby. O primeiro investiu nas rodadas semente (seed) da Joby e na Série A de 2016 e B de 2018 – a startup arrecadou mais de US$ 130 milhões de investidores como o Capricorn Investment Group, do bilionário Jeff Skoll; a 8VC, de Joe Lonsdale’s; a JetBlue Technology Ventures; a Toyota AI Ventures (um braço da montadora japonesa Toyota) e a Intel Capital. Sciarra escreveu um post em fevereiro de 2018 sobre o próximo capítulo da Joby e sua missão de permitir que as pessoas economizem uma hora por dia em deslocamento “com apenas um clique”, chegando a um destino cinco vezes mais rápido do que dirigindo e com zero emissão.

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O executivo não procura a imprensa, mas seu nome continua chamando a atenção, já que o Pinterest deverá começar a ser negociado ainda esta semana. A empresa será negociada na Bolsa de Nova York como “Pins”.

Ao refletir sobre seu caminho no Pinterest, Sciarra compartilhou alguns conselhos para fundadores e empreendedores. “Nos estágios iniciais de um produto ou de uma empresa, ninguém sabe realmente o que vai funcionar. Não leve um ‘não’ – mesmo quando partir de grandes nomes – a sério demais.”

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