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Em sua segunda acusação criminal contra o empresário por esse crime, o MPF alega que Wesley se valeu de informações privilegiadas para fazer operações ilegais nas duas companhias que, diante da divulgação das delações dos executivos da J&F, levaram à forte alta da moeda norte-americana e renderam a ele, segundo o MPF, quase R$ 70 milhões a partir de contratos de dólar negociados dias antes.
A Seara, por sua vez, efetuou a compra de dólar futuro no montante de US$ 25 milhões entre os dias 10 e 16 de maio, quantia 50 vezes superior à média das operações que a empresa vinha realizando no mercado cambial desde o segundo semestre de 2016, afirmou o MPF.
As datas coincidem com o período entre o acordo de colaboração premiada, no início de maio, e a divulgação de seu teor, no dia 17. Além disso, o MPF afirma que obteve troca de mensagens de WhatsApp de Wesley determinando a realização das operações.
“Sabedor dos impactos que tais informações causariam na economia do país – quais sejam: uma inevitável alta do dólar –, Wesley resolveu se beneficiar financeiramente da instabilidade econômica que seria ocasionada com a divulgação dos termos da colaboração premiada e das provas apresentadas”, destacou a procuradora da República Thaméa Danelon, uma das autoras da denúncia.
Procurados, representantes do empresário não responderam a pedidos de comentários.
Wesley – e o seu irmão Joesley Batista – já tinham sido denunciados por insider trading pelo MPF na qual já são réus, no caso referente a ganhos ilegais obtidos com a venda e a recompra de ações da JBS e com negociações de outros contratos de dólar na mesma época da delação premiada.
Os dois chegaram a ser presos preventivamente em razão das investigações da denúncia anterior, mas posteriormente foram beneficiados por decisões que os tiraram da cadeia e determinaram o cumprimento de medidas cautelares.
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