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Azevedo fundou, então, mais duas companhias, que foram bem-sucedidas, e as vendeu. Foi só em 2009 que criou a LogiGo, com capital inicial de R$ 90 mil. A empresa que promete uma tecnologia exclusiva para o setor automotivo alcançou faturamento de R$ 120 milhões no ano passado e espera chegar em R$ 1 bilhão até 2021.
Daí a escolha de investimento em automóveis. “Era o mercado mais defasado que encontrei na época”, conta. Como havia vendido um empreendimento, Azevedo tirou de seis a oito meses para definir o próximo negócio. Naquele período, carros não eram eram desenvolvidos tecnologicamente e não ofereciam mais do que já estava ali disponível. “Depois de pesquisar, entendi que era o lugar certo para investir e com uma ótima margem de lucro.”
Hoje, com a crescente onda de tecnologia e criação na indústria, as principais concorrentes da LogiGo são Panasonic, Bosch e Harman. São empresas de bilhões de dólares, como o CEO aponta. “Ganhamos nosso primeiro contrato com uma montadora porque oferecíamos recursos que ela queria no carro, como a TV digital full HD, mas ninguém tinha, apenas nós”, diz.
Segundo o fundador, a LogiGo se destaca e ganha espaço nesse mercado tradicional e concorrido por meio de uma cultura agressiva de entrega e resultados, em uma gestão horizontal. “Queremos passar a mensagem de uma empresa disruptiva, que entrega muito mais por muito menos”, afirma Azevedo.
Mais do que isso, procura atender o que as montadoras parceiras querem. A Nissan, por exemplo, queria levar mais tecnologia a seus carros, para que o cliente pudesse checar o Waze ou Spotify no próprio computador de bordo do veículo. “Já tínhamos essa estrutura havia dois anos. Atualmente, estamos lá [na Nissan] há cinco. Com a Mitsubishi foi a mesma coisa.”
A startup, que atua no sistema OEM (que atende a montadora diretamente) atualmente, vê neste formato uma possibilidade de expansão dos negócios no México e Estados Unidos, por exemplo, onde já tem escritórios instalados. Até janeiro de 2019, a companhia não tinha um departamento comercial, o que, para o CEO, é algo importante a ser realçado, já que o faturamento de 2018 foi alcançado sem essa equipe.
Quando o plano de expansão comercial foi iniciado neste ano, foi necessário contratar esses profissionais nos três países em que a empresa atua. “Estamos falando de um mercado norte-americano de 17 milhões de carros, enquanto o Brasil, no máximo, tem três milhões. A oportunidade lá é muito maior do que aqui, por isso estamos indo”, comenta. “Quando chegamos quebrando paradigmas e com mindset de startup, as montadoras também se abrem.”
O produto, conectado à internet, sempre se atualiza, de modo que é possível ter algo novo sem a necessidade de trocá-lo em um período definido de tempo, como acontece com os celulares. Há, ainda, a possibilidade de fazer compras pela central e receber mensagens personalizadas da fabricante.
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Hoje, a maior aposta da LogiGo é a LIA, a assistente virtual por trás da tecnologia. A proposta dela é tornar o carro um dispositivo humanizado. Ela não apenas responde ou executa seus comandos, mas, a partir de seu tom de voz, pode identificar seu nível de emoção ou estresse e sugerir formas de solucionar isso. Exclusiva no mercado, ela ainda tem sotaque, dependendo da região do país -entende e se adapta.
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