Adotando um tom desafiador, o ex-chefe da Nissan disse hoje (8) em uma coletiva de imprensa lotada que não acredita que teria um julgamento justo se permanecesse no Japão.
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“Você morrerá no Japão ou terá que sair”, disse Ghosn ao descrever seus “sentimentos”. “Eu me sentia como um refém de um país que servi durante 17 anos”, disse ele aos repórteres que lotaram o sindicato de imprensa à beira-mar de Beirute.
Outros esperaram do lado de fora sob uma chuva intensa, inclusive membros da mídia japonesa que foram excluídos do briefing.
“As acusações contra mim são infundadas”, acrescentou Ghosn, repetindo sua alegação de que a Nissan e autoridades japonesas se mancomunaram para derrubá-lo após um revés na Nissan e como vingança pela interferência do governo da França na aliança da montadora com a Renault.
“Por que passaram 14 meses tentando esgotar as minhas forças, proibindo-me de ter qualquer contato com a minha esposa?”
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Ontem (7), procuradores de Tóquio emitiram um mandado de prisão para a esposa de Carlos Ghosn, Carole, por suposto perjúrio.
Autoridades turcas e japonesas estão investigando como Ghosn foi levado clandestinamente a Beirute. A Interpol emitiu um “boletim vermelho” pedindo sua prisão.
A coletiva de imprensa de Ghosn foi a reviravolta mais recente de uma saga de 14 meses que abalou a indústria automotiva global, ameaçou a aliança Renault-Nissan arquitetada pelo próprio Ghosn e aumentou a vigilância sobre o sistema judicial do Japão.
A Nissan disse que uma investigação interna revelou que Ghosn usou dinheiro da empresa para fins pessoais e subavaliou sua renda, uma violação da lei japonesa.
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