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O maior banco privado da América Latina anunciou hoje (13) a criação de uma diretoria de comercialização de energia em sua unidade de investimento Itaú BBA, enquanto o Indusval teve aval do órgão antitruste brasileiro para comprar uma comercializadora do Grupo Matrix, da DXT Commodities.
A aposta dos bancos no setor acontece em meio a planos do governo brasileiro de levar adiante uma reforma regulatória que ampliaria o mercado livre de eletricidade, segmento em que grandes consumidores, como indústrias e centros comerciais, podem negociar o suprimento diretamente junto a geradores ou comercializadoras.
O número de comercializadoras de energia em operação no Brasil saltou 19% entre janeiro e outubro do ano passado, para 324 empresas, segundo dados mais recentes da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
“De uma forma geral, é uma tendência global você ter o setor financeiro entrando na comercialização de energia”, disse à Reuters o presidente-executivo da consultoria Pontoon-e, Marcos Severine.
“Você tinha uma massa de recursos aplicada em títulos públicos que agora está buscando investimentos mais atraentes. E você tem investidores aceitando riscos mais elevados em busca de um retorno maior… É uma tendência de médio e longo prazos não só dos bancos, mas também de assets (gestoras de recursos) e fundos entrando e operando no mercado de energia.”
Operam atualmente no mercado livre de eletricidade 5,9 mil empresas de menor demanda, os chamados consumidores especiais, além de 919 consumidores livres, com carga maior, segundo a CCEE.
Esse universo de clientes responde por cerca de 30% da demanda por energia do Brasil e inclui grandes empresas como BRF, JBS, Sabesp, Ambev, CSN e Bunge, entre outras, que buscam reduzir custos com eletricidade em relação às tarifas cobradas pelas distribuidoras no mercado regulado.
ITAÚ E INDUSVAL
O negócio de comercialização de energia do Itaú será vinculado à diretoria executiva de tesouraria e mercados globais, liderada por Christian Egan, segundo comunicado do banco nesta segunda-feira.
A diretoria de comercialização ficará a cargo de Oderval Duarte, que chefiou por anos a área de compra e venda de energia do BTG Pactual.
Já o Indusval recebeu autorização sem restrições do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a compra da Crípton Comercializadora de Energia junto ao Grupo Matrix, segundo despacho do órgão estatal no “Diário Oficial da União” desta segunda-feira.
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A transação “faz parte da estratégia do Banco Indusval de expandir seus negócios no Brasil, passando a atuar no setor de comercialização de energia elétrica”, de acordo com parecer do Cade. Procurado, o Indusval não comentou de imediato o aval do órgão antitruste para o negócio com o Grupo Matrix.
Esse apetite pelo mercado de energia também tem atraído empresas de outros setores, como a Cosan, que em dezembro acertou a compra da comercializadora Compass por R$ 95 milhões.
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