Acessibilidade
Maior banco digital do mundo fora da Ásia, com 15 milhões de clientes, o Nubank está investindo na estratégia da diversidade como uma de suas maiores vantagens competitivas. A prioridade é a contratação de um head de diversidade e inclusão para sofisticar suas políticas de atração e retenção. “Muitas empresas fazem um esforço enorme pra contratar gente diferente, mas [mantêm] um ambiente hostil, que não dá oportunidades e não trata as pessoas de maneira igual”, pondera a cofundadora da fintech, Cristina Junqueira. “Funcionários logo vão embora dessas empresas. Não adianta só atrair diversidade, mas retê-la também, com um ambiente que viabilize isso.”
Os números da força de trabalho da bilionária startup já demonstram um ambiente diverso: 30% dos funcionários se identificam como LGBTQ e mulheres representam 43% do quadro, que tem 30 nacionalidades. Mas a ideia é subir a barra. “Diversidade está no nosso DNA muito antes de se tornar moda. Existem muitas oportunidades de melhoria: não estamos bem em diversidade de etnia, temos poucos negros e asiáticos, por exemplo”, confessa a empreendedora, acrescentando que a fintech também quer contratar profissionais mais maduros. “Muitas vezes, as pessoas dizem que aqui só tem molecada, mas estamos fazendo esforços para atrair pessoas com mais anos de carreira, especialmente para posições mais seniores,” ressalta.
LEIA TAMBÉM: Investimento em cultura da empresa é fundamental, diz Renee Mauldin, do Nubank
Para Cristina, que em seu emprego anterior ouviu de um chefe que deveria vestir terno para “ser igual” aos executivos de banco, a diversidade é um dos fatores que diferenciam empresas disruptivas das que ficam para trás. “O que me fez pedir demissão foi ver que todo mundo ali estava envolvido em um jogo de política interna, e [o banco] não estava nem aí para o cliente”, lembra. “Uma organização que age desse jeito não consegue ter um time diverso o suficiente para pensar diferente, criar coisas novas e ser competitiva.”
A manutenção de um time diverso tem suas complexidades, como administrar as lacunas que resultam de licenças, por exemplo. Segundo ela, equipes multifuncionais garantem a continuidade dos projetos. “Não contratamos para um time específico, e sim para a função,” explica. “Pessoas que precisam se afastar têm espaço em mil times quando retornam.”
O quadro é mais desafiador para posições seniores. A própria cofundadora, grávida de sete meses, desempenha funções de outra executiva em licença-maternidade. “Isso tem um custo, mas damos um jeito, pois não somos como a grande maioria das empresas, que simplesmente substituem pessoas [em licença]. Fazemos questão de dar a segurança de que elas podem construir uma família e que suas carreiras aqui serão preservadas. Valorizamos a contribuição de cada uma delas.”
Reportagem publicada na edição 72, lançada em novembro de 2019
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.