Em relatório de resultado ontem (19), a companhia citou desinvestimentos de US$ 16,3 bilhões em 2019, com transações envolvendo a Transportadora Associada de Gás (TAG), BR Distribuidora, entre outros ativos de exploração e produção.
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A companhia ainda citou maiores despesas financeiras com gerenciamento da dívida no mercado de capitais e menores preços do petróleo Brent.
Em carta aos acionistas, o presidente da Petrobras relatou “satisfação” ao apresentar o resultado e frisou que o lucro recorde no ano passado ocorreu mesmo diante de uma queda dos preços médios do petróleo de US$ 71 por barril em 2018 para US$ 64 em 2019.
“Pagamos aos governos em royalties, impostos e bônus de assinatura o valor total de R$ 246 bilhões, também recorde histórico, e que consolida a posição da companhia como maior contribuinte do Brasil”, disse Roberto Castello Branco.
Castello Branco pontuou que o custo médio de extração na base caixa atingiu US$ 6,5 por barril no quarto trimestre de 2019, uma queda de US$ 3 em relação ao início de 2018.
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“As operações no pré-sal, com custo da ordem de US$ 3 por barril, deram contribuição relevante para a queda do custo médio total”, disse o executivo.
Já lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado somou R$ 129,2 bilhões no ano passado, 12,54% maior que o registrado em 2018, também um recorde histórico.
No quarto trimestre, o lucro líquido atingiu R$ 8,15 bilhões, ante R$ 2,1 bilhões no mesmo período de 2018. Analistas do BTG Pactual esperavam um lucro de R$ 9,09 bilhões.
O Ebitda ajustado somou R$ 36,53 bilhões entre outubro e dezembro, alta de cerca de 25% ante o mesmo período de 2018.
Em 2019, o índice dívida líquida/LTM Ebitda ajustado subiu para 2,46 vezes versus 2,34 vezes em 2018, devido aos efeitos do IFRS 16 em 2019. Uma vez expurgados tais efeitos, o índice teria sido 1,99 vez em 2019, disse a Petrobras.
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A entrada de recursos de desinvestimento, segundo a companhia, levou a uma queda de 25% na dívida bruta em 31 de dezembro, atingindo US$ 63 bilhões, excluindo os efeitos do IFRS 16. Com os efeitos da norma contábil, houve uma adição de US$ 23,9 bilhões à dívida.
“Avanços foram realizados, mas estamos ainda muito aquém do desejado. A Petrobras continua a ser uma das companhias de petróleo mais endividadas do mundo, com dívida bruta de US$ 87,1 bilhões, alavancagem acima do recomendável para uma empresa de petróleo e custos elevados”, disse Castello Branco.
Em 2019, os investimentos totalizaram US$ 27,4 bilhões, sendo US$ 10,7 bilhõessem bônus exploratórios, em linha com a meta de US$ 10 bilhões a US$ 11 bilhões, divulgada no segundo trimestre.
Diante do resultado, o conselho de administração da petroleira aprovou a distribuição de remuneração aos acionistas sob a forma de dividendos no valor de R$ 1,7 bilhão para as ações ordinárias e R$ 2,5 milhões para as ações preferenciais em circulação.
No ano, a remuneração aos acionistas sob a forma de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) foi no valor de R$ 10,6 bilhões, equivalente a R$ 0,73 por ação ordinária e R$ 0,92 por ação preferencial em circulação.
BAIXAS CONTÁBEIS
As baixas contábeis entre outubro e dezembro somaram R$ 9,14 bilhões, alta de 45% ante o mesmo período do ano anterior, devido principalmente a uma revisão de expectativa na curva do petróleo Brent, que trouxe uma despesa de R$ 6,59 bilhões para a companhia.
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