Batizado de Plano de Saúde Financeira, o programa visa a alcançar, se necessário, um universo de 20 milhões de clientes que procuram fôlego financeiro na crise. “A adesão de um grande volume de clientes, em tão pouco tempo, reforça que o papel de um banco nesse momento é mesmo, o de se reinventar e proporcionar condições concretas e eficazes para que as pessoas e empresas atravessem de forma sustentável a crise”, diz o diretor executivo responsável pelo Banco de Varejo do Itaú Unibanco, André Rodrigues.
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Uma delas foi Célia Maria Ferreira da Silva, de 47 anos. Dona de um salão de manicure e podologia, na Zona Sul de São Paulo, viu seu movimento cair pela metade com a crise e ainda com as medidas de segurança para evitar o contágio de uma cliente para a outra. Responsável por praticamente a única renda da família – o filho ficou desempregado por conta da crise e a filha trabalha com ela -, Célia recorreu à carência de até 120 dias no crédito imobiliário para não acumular as prestações e colocar em risco o único patrimônio da família.
“A possibilidade de voltar a pagar as prestações somente em julho aliviou demais. Me deu uma paz e um respiro. Agora, posso, ao menos, comer”, disse a manicure.
Além das prorrogações de dívidas, outros 200 mil clientes pessoas físicas também aproveitaram o programa para tomar crédito novo. Para esse público, o banco concedeu quase R$ 2 bilhões até o momento.
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“Desenhamos o plano de saúde financeira com expectativa de beneficiar cerca de 20 milhões de clientes e assim seguiremos nessa missão de dar mais fôlego a uma parcela ainda maior nos próximos meses”, afirma Rodrigues.
Depois de conceder carência de 60 dias para dívidas em dia – foram mais de 850 mil contratos de pessoas físicas repactuados -, o banco desenhou um pacote para apoiar os clientes por mais tempo. Aumentou o período de prorrogação das dívidas, para até 120 dias no caso de pessoas físicas e 180 dias para empresas, e esticou os prazos das dívidas para cinco ou seis anos, mantendo os mesmos juros.
Ainda assim, o banco reforçou em R$ 4,3 bilhões o seu colchão para perdas esperadas no primeiro trimestre em uma clara sinalização de que esta crise além de longa deixará marcas em todos, inclusive, nas instituições financeiras. “Não sabemos avaliar a que distância do pico da crise estamos… Será um período longo de reconstrução das empresas”, disse Bracher, em conferência com analistas e investidores, essa semana, ao comentar os resultados do primeiro trimestre.
Enquanto trancou os brasileiros dentro de suas casas, a pandemia trouxe uma série de desafios aos bancos locais, incluindo, o de comunicação. As instituições financeiras sofreram uma onda de críticas vindas de vários setores por restringirem o crédito e elevarem as taxas de juros.
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Com a crise longe de dar uma trégua, os bancos começaram a ampliar o prazo de fôlego financeiro aos clientes. Depois do Itaú, o Bradesco já anunciou que deve esticar em breve a carência para pagamento de dívidas de pessoas físicas e jurídicas.
Desde o início a crise no País, o setor bancário brasileiro renegociou 6 milhões de contratos com operações em dia, com um saldo devedor total de R$ 355,2 bilhões. As parcelas suspensas das operações repactuadas já alcançam R$ 34,9 bilhões, conforme balanço da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). (Com Agência Estado)
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