Em uma exposição em seminário do BNDES sobre o mercado de gás, o ministro afirmou que o desenho dessa retomada pode ser em forma de um V “meio torto”.
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Segundo o ministro, essa retomada depende da aprovação de reformas, de novos marcos regulatórios e de medidas para atrair investimentos e abrir a economia.
Ao comentar os dados do PIB do primeiro trimestre, divulgados nesta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Guedes disse que quer examinar os números desagregados para avaliar se, conforme é sua impressão, a economia brasileira estava decolando nos primeiros dois meses do ano, antes de ser abatida pela crise da pandemia da Covid-19.
“A impressão que eu tinha –com as exportações 6% acima do ano passado, investimentos diretos acima do ano passado, impostos no primeiro bimestre 20% acima do ano passado– as indicações é de que nós estávamos começando a andar”, afirmou Guedes em evento virtual do BNDES sobre gás.
O PIB brasileiro encolheu 1,5% no primeiro trimestre deste ano sobre os três meses anteriores, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística hoje, maior tombo desde o segundo trimestre de 2015 (-2,1%).
O ministro frisou que a economia está agora hibernando, mas não pode perder os sinais vitais e que o governo já examina protocolos adotados em todo o mundo para a retomada da atividade.
“Eu imagino que o retorno ao trabalho será segmentado, não vai ser todo mundo ao mesmo tempo, será por unidades geográficas, há regiões onde o contágio está sendo menor”, afirmou Guedes.
Ele citou a construção civil como exemplo de setor que está tendo sucesso na retomada segura, com a indústria trabalhando com 93% da capacidade produtiva.
“CRETINO”
Guedes fez referências às tensões políticas no país, dizendo considerar normal embates entre os poderes em uma democracia. Mas afirmou considerar “cretino” ataques ao governo em momentos de uma crise gerada por um vírus que veio de fora.
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Sem citar diretamente os embates mais recentes entre o presidente Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal, que lidera investigações que envolvem aliados do governo, Guedes disse ver como uma “virtude da democracia” a demarcação de território.
“Quando um poder pisa no pé do outro, o outro dá um empurrrão de volta; isso é natural e não é para dizer que o Brasil vai acabar por causa disso e que vai parar, que é um golpe, não tem nada disso”, afirmou.
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