KIEV (Reuters) – A Ucrânia foi forçada a gastar 245,1 bilhões de grívnias (8,3 bilhões de dólares) na guerra com a Rússia em vez de investir em desenvolvimento, disse o ministro das Finanças nesta quinta-feira, dando uma amostra do enorme custo econômico da invasão lançada por Moscou em 24 de fevereiro.
O número, que não fora divulgado pelo governo da Ucrânia antes, revela o turbilhão econômico que a Ucrânia está enfrentando enquanto seus soldados tentam manter a ofensiva renovada da Rússia sob controle no leste do país.
O governo arrecadou apenas 60% de sua receita tributária planejada para abril, um déficit que foi complementado até o equivalente a 79,5% por doações de parceiros estrangeiros, afirmou Marchenko à Reuters em comentários exclusivos por escrito.
Marchenko disse que Kiev precisa urgentemente de apoio estrangeiro, pois está sendo forçada a canalizar bilhões de dólares adicionais para gastos de emergência.
Segundo Marchenko, a Ucrânia recebeu quase 2 bilhões de dólares em financiamento externo em abril, dos quais 719 milhões vieram de doações. O valor para o período desde fevereiro é de 5,4 bilhões de dólares, incluindo 801 milhões em doações, disse ele.
TIPOS DE APOIO
Os 8 bilhões de dólares em despesas de guerra equivalem a mais de um mês de gastos totais do Estado, medidos pelos gastos anuais de 2021 de 1,84 trilhão de grívnias (62,28 bilhões de dólares).
Marchenko disse que Kiev está discutindo vários tipos de apoio financeiro externo.
Os países desenvolvidos podem direcionar parte de seus SDRs para a conta.
“Atualmente, a equipe do Ministério das Finanças está negociando com nossos parceiros internacionais, em particular os países do G7, para enviar sua parte do SDR para apoiar a Ucrânia”, disse Marchenko.
Ele acrescentou que a Ucrânia espera receber um empréstimo de cerca de 1 bilhão de dólares canadenses (cerca de 767 milhões de dólares) do Canadá em maio por meio da conta.
“Nossa postura sobre esta questão permanece inalterada. Continuamos pagando nossas dívidas e o valor de nossas despesas para isso não é grande em comparação com as necessidades de financiamento do orçamento”, disse.
“Além disso, ainda não temos previsões confiáveis de médio prazo que nos permitam modelar a trajetória da dívida no futuro.”