SÃO PAULO (Reuters) – A produção de milho segunda safra do Brasil deve alcançar 88,14 milhões de toneladas em 2021/22, estimou a consultoria StoneX nesta segunda-feira, com uma redução ante a expectativa anterior devido ao clima seco em Estados da região central, que tem chance de se estender em maio e gerar novas perdas ao cereal.
No mês passado, a consultoria projetava colheita de 91,9 milhões de toneladas para a “safrinha”. Apesar do recuo, caso confirmado, o novo volume ainda representaria um recorde de produção.
A produção da segunda safra goiana foi reduzida para 9,7 milhões de toneladas, enquanto a de Mato Grosso passou a ser estimada em 39,6 milhões, cortes de respectivos 15% e 4,7% em comparação com o último relatório.
Produtores da região central do país já demonstravam preocupação com o baixo nível de precipitação em abril, conforme reportagem publicada pela Reuters.
O analista de inteligência de mercado da StoneX João Pedro Lopes disse à Reuters que não estão descartadas novas perdas para as lavouras de Mato Grosso e Goiás, visto que os modelos climáticos atuais apontam para continuidade do clima seco na região.
Há previsão de algumas chuvas para estas áreas do Brasil na primeira quinzena de maio, porém a expectativa é que venham em forma de pancadas irregulares, comentou o agrometeorologista da Rural Clima, Marco Antonio Santos.
Segundo ele, este tipo de precipitação irregular atinge uma lavoura, mas pode não cair em outra que esteja em uma localidade próxima.
“Portanto, essas chuvas que estão previstas para ocorrer tanto essa semana quanto na semana que vem, pouco ajuda, pois o estrago já está feito”, disse Santos.
O número de produção total da StoneX 2021/22 para o cereal ficou em 116,45 milhões de toneladas, uma redução de 1,8% em comparação com o divulgado em abril.
Na ponta da demanda, as perspectivas da consultoria para exportação e consumo doméstico permaneceram em, respectivamente, 40 milhões e 75,5 milhões de toneladas. Com isso, os estoques finais recuaram para 9,9 milhões de toneladas, contra estimativa anterior de 12 milhões.
SOJA
“O que justificou esse aumento marginal foram as chuvas ocorridas entre a metade de março e o começo de abril, que favoreceram uma parcela das lavouras semeadas mais tarde nos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.”
Houve ajustes positivos também em Estados do Matopiba –região composta por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
Entretanto, o volume ainda representa perda de 9,2% em relação ao ciclo anterior e está 15% abaixo do potencial inicial para esta temporada, de 145 milhões de toneladas.
(Por Nayara Figueiredo)