Por Ana Mano
SÃO PAULO (Reuters) – Pelo menos uma unidade da trading de grãos norte-americana Cargill está armazenando milho a céu aberto em Mato Grosso, de acordo com registros publicados no Twitter nesta quarta-feira, refletindo o ritmo acelerado da colheita na temporada.
A Cargill disse em comunicado à Reuters que armazenar milho em áreas abertas é uma prática comum, e que pode ser feita em regiões onde não há chuvas significativas em determinados períodos, como agora em Mato Grosso.
O vídeo, feito por um agricultor da região, sugere que o Brasil está apto a colher uma grande segunda safra de milho, após um mau 2021. Elas também ilustram problemas históricos de logística no Brasil.
Estima-se que cerca de 21 mil toneladas de milho estejam fora da unidade da Cargill, disse à Reuters Eduardo Vanin, analista de soja da Agrinvest. Ele citou a estimativa de um produtor local e postou as imagens do milho em sua própria conta no Twitter.
Sobre as imagens, a Cargill disse que o milho está “em um sistema temporário de armazenamento que será coberto e contará com controle de temperatura e processo de aeração para manutenção da qualidade do produto”.
Vanin disse que há vários outros relatos de milho armazenado fora de silos em Mato Grosso por outras empresas que não a Cargill.
O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), ligado a produtores, disse na semana passada que a colheita do milho segunda safra do Estado atingiu uma área semeada de quase o dobro da média histórica para o período.