Ter de aceitar que era morador de rua foi um momento devastador para Tejeda, que não tinha apoio dos pais ou de parentes há muito tempo, mas que sempre conseguiu amparo com amigos. Cadastrar-se em um abrigo para moradores de rua significava encarar a realidade de que ele não tinha nenhum lugar para ir e não podia contar com ninguém além dele mesmo, um jovem sem recursos financeiros em uma das cidades mais caras do mundo.
Foi logo após esse ponto baixo que a gerente de uma das lojas da Starbucks mais cheias de Nova York o resgatou.
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Não é surpresa, considerando os aluguéis estratosféricos de Nova York, que trabalhar como barista na Starbucks não era o suficiente para fazer com que Tejeda saísse das ruas. Ainda que a rede pague salários acima da média do mercado e dê benefícios impressionantes até mesmo para funcionários de meio período, a realidade é que por um ano após ter começado na Starbucks, Tejeda continuou tendo de residir em um abrigo. E qualquer um que pense que é fácil sair da condição de morador de rua sem receber ajuda está sonhando:
“Um dos reais desafios disso, enquanto você tenta manter um emprego e melhorar, é que a vida no abrigo – dormir em um quarto com sete outros homens e sem rotina de sono – significa dormir muito pouco. É difícil abrir uma loja da Starbucks às 4h30 sem ter dormido, especialmente porque eu decidi que não deixaria meus colegas de trabalho saberem que eu estava lidando com essas dificuldades. Às vezes, quando o abrigo estava muito barulhento, em vez de ficar deitado sem dormir em minha cama, eu me trancava no banheiro por algumas horas com minha cabeça contra a parede e tentava cochilar antes de abrir a loja.”
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Tejeda trabalhou duro e, em seis meses, tornou-se supervisor. Após outros seis meses, tornou-se gerente de loja. “Nas semanas seguintes, eu comecei a procurar por apartamentos porque eu sabia que, tendo sido promovido, eu seria capaz de me sustentar. Minha gerente me falou sobre o “CUP (Caring Unites Partners) Fund” da Starbucks, que é um benefício de funcionários para funcionários. Funcionários decidem doar parte de seus salários e, se você estiver precisando, o fundo poderá te ajudar com até US$ 1.000.” Estes fatores combinados o ajudaram a cruzar a linha de chegada: “Com o meu novo salário eu podia pagar o aluguel mensal de um apartamento, e com as minhas economias e o CUP Fund, eu fui capaz de fazer a mudança.”
“Eu não sei se é possível descrever quão emocionante este momento foi para mim. Eu fui promovido e me mudei para meu novo apartamento na mesma semana. A primeira noite no meu apartamento me fez chorar. Pela primeira vez na minha vida inteira eu sabia exatamente onde eu iria dormir naquela noite e na noite seguinte, e esse senso de segurança não dependia de nada no mundo além de mim mesmo. Eu encontrei um lar na Starbucks, e eventualmente a Starbucks me ajudou a encontrar a minha casa. Um local tangível que eu pudesse chamar de meu.”
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“Me desenvolvendo e crescendo na Starbucks, eu descobri muitas partes de mim – incluindo um fogo empreendedor que eu não sabia que existia. Eu aprendi a me comprometer, a ter a disciplina necessária para ter resultados, e a acreditar no poder dos sonhos. Essas descobertas me fizeram decidir a perseguir o ramo imobiliário porque, apesar de eu amar a Starbucks, uma carreira lá teria sempre de encarar as restrições de uma corporação. No ramo imobiliário eu vejo a habilidade de exercer grande controle sobre a escala da minha carreira. Eu tenho um espírito empreendedor muito forte e isto é muito como ter seu próprio negócio, com a oportunidade, como em qualquer negócio, de ter como resultado o esforço que eu colocar.”
Tejeda passou em sua prova para ter a licença de corretor de imóveis em novembro do ano passado e, rapidamente, encontrou um emprego no famoso grupo Corcoran, de Nova York. Ele agora tem dois trabalhos que exigem muito – 40 a 50 horas por semana na Corcoran e 20 horas semanais na Starbucks -, e diz que a Starbucks apoiou muito sua decisão de ir atrás do seu sonho de corretor de imóveis.