Startup indiana chega ao Brasil e quer todos os médicos do país cadastrados

11 de abril de 2016

Shashank ND (Divulgação)

Aos 28 anos, o indiano Shashank ND desembarca no Brasil com uma meta o tanto quanto ambiciosa: cadastrar todos os profissionais de saúde no Brasil. É o que a sua plataforma de saúde Practo busca fazer na Índia há oito anos. “Nosso objetivo é ligar o paciente ao médico da forma mais prática possível”, afirma o cofundador e CEO. Fundada em 2008, a startup, que começou a operar em São Paulo em março, tem hoje um dos maiores bancos de dados de médicos do mundo.

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O sistema funciona de forma simples: basta acessar o site ou baixar aplicativo, disponível para iOS e Android, e selecionar a cidade e o tipo de especialista desejado, como ginecologista ou clínico geral, para encontrar os profissionais disponíveis. A plataforma oferece um pequeno perfil dos cadastrados, com nome, endereço profissional, horário de atendimento, formação acadêmica e foto. Na área de busca, é possível especificar ainda o período do dia desejado e região da cidade mais conveniente.

Reprodução

A ideia da startup surgiu depois que o pai de Shashank teve dificuldades para conseguir, da Índia, uma segunda opinião de um médico nos Estados Unidos. Quando o norte-americano pediu por fotos do paciente para avaliar melhor o caso, o profissional indiano disse não poderia enviá-las porque seu software não tinha um botão de e-mail. “Eu estava estudando ciência da computação na época e sabia que isso significava, literalmente, três linhas de código”, conta o empreendedor. “Comecei a pensar por que uma tecnologia tão básica como esta não estava sendo usada para melhorar os cuidados com saúde. Tinha de haver uma forma melhor.”

A rede chegou a São Paulo com 5.300 médicos cadastrados. Shashank, eleito por FORBES um dos destaques globais abaixo dos 30 anos na área de saúde e ciências em 2016, não revela os números, mas garante que foi um investimento multimilionário. O conturbado período econômico e político pelo qual o país passa também não assusta o empreendedor. “Nós acreditamos que o Brasil será o nosso segundo melhor mercado internacional nos próximos anos.” O objetivo é começar a operar no Rio de Janeiro ainda neste ano para, depois, expandir para outras cidades brasileiras.

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Com mais de 10 milhões de buscas por mês e cerca de 200.000 médicos cadastrados em mais de 50 cidades de 15 países, a startup tem chamado cada vez mais a atenção dos investidores. Em oito anos, já houve três rodadas de investimentos: a primeira, em julho de 2012, arrecadou US$ 4 milhões; a segunda, em janeiro de 2015, US$ 30 milhões; já na terceira, em agosto do mesmo ano, o valor subiu para US$ 90 milhões.