“Brasil precisa de um mercado com menos barreiras”, afirma PhD

12 de maio de 2016

Benjamin Powell (Divulgação)

“O Brasil precisa de um mercado mais competitivo, com menos barreiras.” Este é o caminho defendido por Benjamin Powell, PhD em economia e diretor do Free Market Institute, na Texas Tech University, para o país sair da crise. “Procure uma nação economicamente livre e você verá um lugar rico ou no caminho de se tornar próspero”, argumenta o especialista.

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Powell dedica sua carreira à proliferação e ao debate sobre economia livre e menos regulada. “A melhor proteção para os trabalhadores é a competição. Se você for demitido por motivos injustos, outra empresa irá lhe contratar, porque será lucrativo para ela”, diz Powell, em visita ao Brasil para inaugurar o Centro de Liberdade Econômica, na Universidade Mackenzie, em São Paulo.

“Ninguém sabe como planejar uma economia, esse conhecimento está espalhado em cada um. A menos que nós libertemos essas mentes individuais para interagir e ver o que funciona, não descobriremos o melhor uso para os nossos recursos”, continua Powell. “Esse é um problema para países que não têm se desenvolvido no último século, eles não permitem essa criatividade para mentes diferentes interagirem.”

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Com base no Índice de Liberdade Econômica da Heritage Foundation, um dos mais respeitados estudos globais sobre o tema, Powell afirma que o Brasil avançou neste sentido entre o meio dos anos 80 e o início dos anos 2000. Desde então, estacionou e, nos últimos dois anos, chegou a regredir.

Para ele, os principais problemas do país se encontram nas falhas de proteção da propriedade privada e no excesso de regulamentação e burocracia. “Mais especificamente as [regras] trabalhistas, que deixam mais difícil demitir funcionários e atrasam a abertura de negócios, além do complexo código tributário”, argumenta.

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Questionado se não há risco para os trabalhadores ao flexibilizar leis deste tipo, Powell responde que não. “Regras que tornam a demissão difícil também tornam a contratação mais difícil. Imagine se namorar funcionasse desse jeito. Seria como se houvesse uma regra que diz: ‘Se você quiser namorar, tem de se comprometer a casar, sem possibilidade de divórcio’. Em uma situação como essa, você não aceita. O mesmo funciona com empresários.”

Para ele, a área social funciona da mesma forma. Powell acredita que liberdade econômica é “melhor para os mais pobres”, pois traz benefícios como média salarial maior, diminuição da mortalidade infantil e aumento da qualidade de vida. “Os 10% mais pobres em países com liberdade econômica têm uma média salarial apenas um pouco abaixo da média geral do Brasil.”

Sem se considerar apto para comentar o quadro de instabilidade política no Brasil, o norte-americano afirma que países com menos regulamentações têm menos corrupção. “Cai [a corrupção] porque, quando há muitas regulamentações, sempre acham uma maneira de burlar o sistema. Em um país mais livre, não há essa necessidade.”