Hospitais nos EUA fecham parcerias com Uber para transporte de pacientes

22 de agosto de 2016

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Para pessoas sem acesso ao transporte privado, chegar a consultas médicas pode ser um desafio, especialmente os pacientes que têm condições crônicas que necessitam de consultas frequentes. Alguns hospitais acreditam que novas tecnologias, como os serviços Uber e Lyft, podem facilitar a locomoção de pacientes. Parcerias entre hospitais e empresas de transporte estão surgindo em diversos Estados norte-americanos.

A MedStar Health, sistema de saúde sem fins lucrativos de Maryland, fechou uma parceria com a Uber em janeiro, que permite que seus pacientes acessem o serviço pelo site do hospital e programem lembretes de consultas. Pacientes da Medicaid, sistema de saúde social dos EUA para a população de baixa renda, que não têm acesso ao aplicativo podem marcar uma carona com uma simples ligação para o hospital.

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O National MedTrans Network, sistema de transporte que oferece caronas médicas não-emergenciais para pacientes e prestadores de serviços médicos em vários Estados dos EUA, também expandiu seus serviços através de uma parceria com o aplicativo Lyft, em 2015, em Nova York, Califórnia e Nevada.

O Hackensack UMC, hospital em Nova Jérsei, o Sarasota Memorial Hospital, na Flórida, e a Relatient, empresa de comunicação de saúde, também anunciaram parcerias com a Uber no ano passado. A Veyo, uma startup de San Diego, revelou que planeja oferecer uma carona muito parecida com as outras listadas acima para que pacientes da Medicaid consigam ir a suas consultas, em Idaho.

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“Tivemos por volta de 50 sistemas diferentes nos contatando e nos perguntando como fizemos o que fizemos”, disse Michael Ruiz, chefe de mídias digitais da MedStar. “Diria que houve uma mudança importante para as pessoas que usaram esse serviço e para os lugares em que ele está disponível.”

O custo dos pacientes pelo serviço pode variar. Para pacientes da Medicaid, o transporte para consultas não-emergenciais são cobertos, embora a extensão do reembolso siga regras estaduais dos Estados Unidos.

“O transporte difícil do paciente para a consulta pode impedir as pessoas de visitarem o médico na frequência recomendada”, afirmou Ben Gerber, professor associado da Universidade de Illinois e, Chicago, que estudou questões de transporte dos pacientes. “É importante visitar profissionais da saúde com uma certa frequência, especialmente pacientes com diabete ou asma.”

Em 2013, em uma análise de 25 estudos, Gerber e seus colegas perceberam que a falta de meios de transporte é uma barreira para o acesso à saúde. Um desses estudos mostrou que 82% dos que foram às suas consultas têm acesso a carros, enquanto 58% daqueles que cancelaram suas visitas ao médico tinham acesso. Outro estudo mostrou que pessoas que andam de ônibus eram duas vezes mais propensas a faltar.

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As ausências também podem ser caras para as instituições médicas, que perdem receita com as consultas perdidas.

Hospitais e planos de saúde oferecem uma variedade de opções para ajudar com o transporte para consultas médicas não emergenciais. Centros de saúde, muitas vezes trabalham com motoristas voluntários para o transporte dos pacientes.

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Porém, os serviços de carona também têm suas desvantagens. Carros que conseguem transportar cadeiras de rodas ainda são raros em algumas cidades. Tudo também depende da disponibilidade dos motoristas, que podem ser escassos em áreas rurais e comunidades de baixa renda.

Ônibus e vans e transportes públicos locais para pessoas em cadeiras de rodas são vistos frequentemente do ponto de ônibus do MedStar Washington Hospital Center.