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No tabuleiro da indústria da moda de luxo, hoje dominado por conglomerados europeus como os franceses LVMH, do qual fazem parte a Louis Vuitton, a Fendi e a Givenchy, e Kering, dono da Gucci, Balenciaga e Saint Laurent, o movimento coloca Michael Kors lado a lado com a rival Tapestry, a proprietária da Coach, que nos últimos anos adquiriu a marca de bolsas Kate Spade e a Stuart Weitzman. Os Estados Unidos ainda não tem um conglomerado que se compare à LVMH ou Kering em termos de escala e recursos, mas ele pode estar para surgir. Foi uma jogada e tanto, que dará a Kors acesso ao tapete vermelho dos principais eventos do mundo e será marcada pela troca de nome do grupo americano. A empresa passará a se chamar Capri Holdings.
O clã Versace
Uma das mais glamourosas grifes do mundo, a Versace, que se destaca pelo design ousado e pelo logotipo da Medusa, faz parte de um grupo de marcas italianas de propriedade familiar citadas como alvos atraentes em uma época em que a indústria de luxo tem uma alta demanda por parte da China.
Ícone da moda italiana, a grife passou a integrar uma lista de ativos disponíveis no mercado da moda desde que o grupo de private equity Blackstone comprou uma participação de 20% em 2014 para financiar sua expansão no exterior. Depois de investir na Versace, a Blackstone achou o retorno insuficiente para justificar um novo aporte. O grupo financeiro, então, se dedicou a persuadir a família a vender a marca, e apresentou ao clã uma série de compradores, entre eles Michael Kors.
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Recentemente, a Versace anunciou que deixaria de trabalhar com peles de animais, decisão tomada também por Kors, que assim reforça sua sustentabilidade em um mercado que valoriza o ativo.