Malta, o paraíso do blockchain

6 de novembro de 2018
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Com o desejo de tornar-se um polo de blockchain, o governo maltês aprovou leis reguladoras de incentivo à inovação e estrutura regulatória para a operação das empresas do setor.

Todos os olhos se voltaram para Malta nos últimos dias, já que um dos eventos mais aguardados do mundo de criptografia foi realizado lá. Os organizadores da Malta Blockchain Summit, realizado em 1 e 2 de novembro, receberam milhares de delegações com uma série de oradores, os melhores nessa área.

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Em conversa com a FORBES, Eman Pulis, o principal organizador da cúpula e CEO em uma base exclusiva, compartilhou vários pensamentos sobre por que a iniciativa pode ser um divisor de águas para o pequeno país europeu.

Mas, por que chamam Malta de a Ilha do blockchain e o que isso significa para a economia local?

“Malta trabalhou duro para conquistar esse título. O apoio do governo criou um paraíso para as empresas crypto florescerem na região. A ação legislativa que passou pelo parlamento neste verão instigou uma sensação de segurança e estabilidade – qualidade que atraíram algumas das maiores companhias do setor para a ilha.

Os principais câmbios de criptomoedas, como a Binance e a OKEx, já foram realocados, com outras que certamente seguirão – mais a vantagem de trazer consigo abundância de investimentos, oportunidades de emprego e, potencialmente, transformações na infraestrutura do país. A realocação de empresas estrangeiras também é um benefício para outras indústrias em Malta, como o setor de hospitalidade – especialmente quando se trata de regiões com foco em entretenimento, imóveis e lazer.

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Segundo Pulis, o parlamento maltês aprovou três leis reguladoras em julho deste ano, com o objetivo de impulsionar a inovação e estabelecer uma estrutura regulatória para as empresas de blockchain operarem.

“O governo de Malta é claro sobre seu desejo de transformar o país em um polo de blockchain, e até agora se manteve fiel à sua palavra ao oferecer apoio em todos os níveis para que a tecnologia emergente floresça. A resposta ao regulamento proposto foi esmagadoramente positiva – com o impacto sentido em termos de crescimento econômico e desenvolvimento”, diz.

Existem muitos comentários sobre o fato de que as indústrias de blockchain e games podem andar juntas. Com seu histórico de organizar grandes eventos para o setor de jogos como a SiGMA, Pulis certamente tem uma noção do que pode ser alcançado com a união dos dois mercados.

“O setor de games é um dos principais candidatos à disrupção. A menor confiança no mercado pode levar ao caminho das plataformas de negociação centralizadas e segregadas com taxas excessivas. A fraude também é abundante na área de bens virtuais online, o que faz valores como segurança e transparência se tornarem essenciais para os jogadores que criam perfis – inclusive quando compram, vendem ou armazenam ativos no jogo. Diante disso, a SiGMA promove, pelo segundo ano consecutivo, uma conferência blockchain para discutir sobre a tecnologia emergente e suas implicações para o iGaming”, acrescenta Pulis.

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Ele também acredita que a legislação definitivamente ajudou a estabelecer uma energia positiva no setor de Blockchain – as empresas que operam na ilha ou consideram a realocação encontraram uma sensação de segurança e boas-vindas. No que diz respeito ao governo, há uma grande disposição em adotar a tecnologia e aplicá-la de maneira positiva à infraestrutura maltesa. “Definitivamente existe uma sensação de inspiração e querer fazer acontecer”, diz ele.

Malta também parece querer trilhar o caminho dos esports. Sobre o assunto, Pulis acrescenta: “É ótimo ver incentivos para empresas desta categoria se estabelecerem em Malta, isso só pode ser positivo para a nossa economia. A ilha tem muito a oferecer para quem considera a mudança, desde o bom tempo e excelentes serviços de hospitalidade até uma sólida estrutura regulatória”.

O evento também atraiu o interesse de outras indústrias que se sobrepõem e complementam a tecnologia de blockchain. Sophia, o mais recente representante em robótica da Hanson Robotics, juntou-se ao seu criador para representar a esfera da inteligência artificial em um bate-papo durante a conferência de marketing e investimento.

As honras concedidas à Sophia incluem se tornar o primeiro robô a receber cidadania em qualquer lugar do mundo, além de ser nomeado o primeiro Campeão de Inovação das Nações Unidas pelo Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, onde terá um papel para promover o desenvolvimento sustentável e salvaguardar direitos humanos e igualdade.