Parcerias com marcas, coleções de roupas e milhões de fãs: o que antes era privilégio apenas de super atletas e celebridades de Hollywood, agora é parte da vida de Markiplier, um dos youtubers mais bem pagos do mundo, que arrecadou US$ 17,5 milhões no último ano.
O havaiano, cujo nome verdadeiro é Mark Fischbach, lançou seu canal no YouTube em 2012, quando era estudante de engenharia biomédica na Universidade de Cincinnati. Na época, ele estava passando por momentos difíceis: havia terminado com a namorada, tinha sido demitido do trabalho e sofria de um tumor da glândula supra-renal, descoberto por acaso durante uma cirurgia para retirada do apêndice.
“Aconteceu um monte de coisas que me deixaram sem rumo, como se eu não tivesse nenhum controle sobre a minha vida. Então eu tive que fazer alguma coisa”, conta Fischbach, 29 anos, que vive atualmente em Los Angeles. No início, ele gravava trechos de áudio como uma prática para uma potencial carreira em dublagem, mas logo encontrou audiência para os clipes onde aparecia jogando videogame, ao mesmo tempo em que fazia alguns comentários engraçados.
Você não acha que assistir alguém jogando PS4 é divertido? Os 22,4 milhões de inscritos no YouTube de Markiplier, responsáveis por 10 bilhões de visualizações dos vídeos, não concordam. De fato, Fischbach é um dos cinco jogadores mais famosos do ano. Os dez primeiros (todos homens) faturaram US$ 181,5 milhões no ano passado, um aumento de 43% em relação a 2017. Vale a pena jogar: comparados a outras categorias comuns do YouTube, como comédia ou brincadeiras mais elaboradas, os vídeos de jogos podem ser produzidos e editados rapidamente – alguns jogadores postam todos os dias. Mais postagens significa mais espectadores e mais dinheiro em anúncios. (A taxa atual, segundo levantou a FORBES, é de cerca de US$ 5 por 1 mil visualizações.)
O que também ajuda é o fato de que os jovens telespectadores que evitam a televisão em favor do YouTube são, em grande parte, loucos por videogames. “Há uns 15 anos, ser gamer não era algo legal. As pessoas não jogavam pra ser legais, elas jogavam por adorarem o jogo”, lembra David Huntzinger, agente de talentos digitais da Endeavor. “Agora podemos ter Drake tocando na [plataforma de streaming] Twitch e, ao mesmo tempo, jogar Fortnite. As crianças vivem e respiram isso.”
Como qualquer outro magnata, Fischbach está diversificando: em novembro, ele cofundou uma linha de roupas athleisure – mistura das palavras athletic + leisure, que designa uma moda mais casual, que pode tanto ser usada para a prática de exercícios quanto para uso geral – com Sean McLoughlin, mais conhecido como Jacksepticeye (o 8º colocado na lista, com ganhos de US$ 16 milhões). A coleção inclui camisetas de US$ 35 e suéteres de US$ 85. Os produtos esgotaram 48 horas após o lançamento.
Itens assinados, aliás, são responsáveis por um fluxo de receita cada vez mais importante para as celebridades digitais, a maioria com vinte e poucos anos. Cada um dos 10 do ranking tem sua própria linha de produtos, cujas vendas ajudaram no aumento de 43% das receitas de um ano para o outro. “Eu construí essa enorme comunidade e tenho feito muita gente rir”, diz Fischbach, que vê a Cloak, sua grife, como o primeiro passo para um império baseado em ativos mais tangíveis do que os uploads de vídeos. Por enquanto, porém, os clipes de jogos atuam como um multiplicador da força de Markiplier. Como qualquer homem de negócios experiente, ele está pensando no futuro. “Eu não vou poder fazer vídeos no YouTube para sempre. Eu preciso planejar a minha vida”, diz.
Para elaborar o ranking, FORBES usa como base estimativas de ganhos entre 1º de junho de 2017 à 1º de junho de 2018. O cálculo aproximado usa como referência dados do Captiv8, SocialBlade e Pollstar, bem como entrevistas com especialistas do setor.
Veja, na galeria de fotos abaixo, os 10 youtubers mais bem pagos de 2018: