Sou corredora há quase 15 anos. No começo, mal conseguia completar a quadra ao redor do prédio onde moro, mas treino constante e muito espaguete me permitiram participar de corridas de fundo, e até de maratonas.
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Também sou criativa. Escrevi de tudo, desde piadas para caixas de McLanche Feliz até scripts para comerciais do Super Bowl. E posso dizer: no diagrama de Venn (sistema de organização de conjuntos numéricos) entre criatividade e corrida há algumas lições.
Veja, na galeria de fotos abaixo, 3 lições que a rotina de espaguete e treinos constantes pode ensinar aos processos criativos:
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Getty Images Ache o ritmo certo — de uma conversa
Uma das primeiras coisas que aprendi sobre corrida foi a importância de encontrar um ritmo sustentável. O segredo é treinar em uma velocidade em que você consegue manter uma conversa com outro corredor. Isso significa desacelerar — às vezes, bastante. É um jeito de gastar energia de forma sábia enquanto se constrói resistência, consistência. A maioria das pessoas que odeia corridas diz ter sentido que iria “morrer o tempo todo” enquanto corria. Correr rápido demais destrói a habilidade de percorrer grandes distâncias. O mesmo serve para times criativos.
Sua agência deve imprimir um ritmo ao processo criativo que deixe espaço para conversa, análise e discussão. Reservar tempo para reuniões semanais é uma boa solução. Junte as pessoas certas na sala, esclareça questões que a equipe possa ter, delegue funções e considere os próximos passos. Esse projeto de 30 minutos todas as semanas pode poupar horas e dinheiro gastos à toa em um projeto.
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Getty Images A tecnologia é ótima — pero no mucho
Um colega de maratonas havia treinado acima do normal para uma corrida. Por meses, ele foi dormir cedo, comeu de modo saudável, seguiu seu plano de treino e criou a playlist perfeita para estimulá-lo. Minutos antes da corrida começar, porém, o iPod caiu da sua mão. Sua muleta digital estava acabada. Não demorou para que a corrida também se perdesse, depois desse golpe mental.
A tecnologia também pode se tornar uma muleta criativa. Frequentemente, os criativos apresentam o que acreditam ser uma ideia e na verdade é apenas uma execução. “Iremos usar Twitter/ Facebook/ Stories do Instagram/ Realidade aumentada para fazer X, Y e Z.” Então, ficam tão focados na plataforma em que a ideia pode se realizar que esquecem que toda execução deve, antes de tudo, ser conduzida por uma ideia grande, universal e perspicaz.
Para fazer com que a sua equipe esqueça da tecnologia e pense em algo maior, tente isso: peça que entreguem uma ideia com apenas um título e um key-visual — espécie de guia do que deve conter a campanha. Não precisa ter o capricho de um anúncio impresso. Basta resumir a ideia em sua forma mais simples para que outros captem a sua essência. A partir disso, o resto flui.
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Getty Images A segunda metade é sempre a mais difícil
Divida a sua corrida em quatro etapas, não importa a distância.
. A primeira é divertida. O início é empolgante, você tem energia de sobra
. A segunda se baseia na primeira. Você ainda se sente animado e sabe que todo passo que der o aproximará do final
. A terceira parte já é pura brutalidade. Você está cansado e, por mais que tenha passado da metade do trajeto, ainda tem metros a percorrer. É aí que o trabalho de verdade acontece, em que todas aquelas horas gastas em treino e preparação são postas em prática
. Na quarta e última parte, você está exausto, mas sabe que consegue. Com cada esforço que sobrou, pode alcançar a linha de chegadaEntão, adivinhe só? Divida qualquer projeto criativo em etapas e as mesmas regras se aplicarão.
. Primeiro, é divertido. Você tem ótimas ideias e as vende bem para colegas e clientes. Em breve, essas ideias se tornarão realidade. Tudo vai bem
. Em seguida, seus conceitos ganham vida. Seu cérebro dispara. Os textos são instigantes. Os visuais, impressionantes. Todo e qualquer anúncio impresso e post de internet ocupa um lugar especial em seu coração
. Na terceira parte, começam as dificuldades. Sua ideia é derrubada por comentários de clientes e questões legais. Você passa horas e horas revisando e ajustando. O entusiasmo do começo se esvai
. Por fim, o projeto dá certo. Você trabalha nos detalhes finais e agradece aos experts da publicidade por ter concretizado sua ideia. Se tiver sorte, terá mais uma peça para o seu portfólio
É isso. Todo projeto tem um ciclo de vida e, na maioria das vezes, os problemas aparecem quando você está mergulhado no trabalho.
Ache o ritmo certo — de uma conversa
Uma das primeiras coisas que aprendi sobre corrida foi a importância de encontrar um ritmo sustentável. O segredo é treinar em uma velocidade em que você consegue manter uma conversa com outro corredor. Isso significa desacelerar — às vezes, bastante. É um jeito de gastar energia de forma sábia enquanto se constrói resistência, consistência. A maioria das pessoas que odeia corridas diz ter sentido que iria “morrer o tempo todo” enquanto corria. Correr rápido demais destrói a habilidade de percorrer grandes distâncias. O mesmo serve para times criativos.
Sua agência deve imprimir um ritmo ao processo criativo que deixe espaço para conversa, análise e discussão. Reservar tempo para reuniões semanais é uma boa solução. Junte as pessoas certas na sala, esclareça questões que a equipe possa ter, delegue funções e considere os próximos passos. Esse projeto de 30 minutos todas as semanas pode poupar horas e dinheiro gastos à toa em um projeto.