Jeff Bezos, fundador e CEO da Amazon, a empresa mais valiosa do mundo, anunciou recentemente que sua união de 25 anos com MacKenzie está chegando ao fim. Por ser o homem mais rico do mundo e um dos maiores acionistas da gigante do comércio eletrônico, advogados especializados em divórcio e analistas de Wall Street começaram a especular sobre o que a separação poderia significar em termos de divisão dos ativos.
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O valor de mercado da Amazon é de, aproximadamente, US$ 784 bilhões. Existem cerca de 477 milhões de ações em circulação e Bezos possui quase 79 milhões delas – ou 16% do total. Essa participação aliada a outros ativos faz com que seu patrimônio líquido gire ao redor de US$ 137 bilhões.
O divórcio pode reduzir drasticamente a participação de Jeff Bezos na Amazon e abrir a porta para que MacKenzie se torne um de seus maiores acionistas, com nova alavancagem na empresa, segundo os especialistas.
Jeff e MacKenzie Bezos vivem no estado de Washington onde, quando se trata de divórcio, o que vale é a lei da “propriedade comunitária”. Isso significa que os bens acumulados durante o casamento devem ser divididos igualmente em caso de separação. A Amazon foi fundada e lançada depois que Jeff e MacKenzie se casaram. Portanto, o patrimônio de Jeff Bezos poderia ser dividido em 50%, metade para cada um. Se isso acontecer, MacKenzie ficará com o controle de 8% das ações da Amazon.
Muita gente está se perguntando se essa divisão pode provocar algum estrago na gigante varejista. Essa análise exige a identificação de possíveis cenários:
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1. MacKenzie conspira com o Walmart para alavancar suas ações e adquirir a Amazon. Google, Facebook e Microsoft também são empresas com as quais ela poderia se unir;
2. Mackenzie vende suas ações como um “trade block” para o Walmart, permitindo assim que uma pessoa escolhida a dedo pela varejista garanta uma vaga no conselho da Amazon. Dessa forma, teria acesso interno ao funcionamento da rival;
3. MacKenzie mantém suas ações e se torna defensora de políticas que pressionem a Amazon a pagar salários mais elevados aos funcionários e oferecer melhores benefícios, levando à redução de lucro;
4. Jeff Bezos renuncia ao cargo de CEO da Amazon em busca de outros interesses devido à publicidade negativa. Não seria nenhuma surpresa se ele se candidatasse à presidência dos Estados Unidos a tempo da eleição de 2024.
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As discussões dos analistas têm se mostrado interessantes, pois vários deles afirmam que os cenários descritos acima são semelhantes às discussões em Wall Street.
Agora, com os cenários identificados, vamos às possíveis conclusões:
1. O controle de 8% das ações não é suficiente para permitir que MacKenzie conspire com o Walmart ou qualquer outro varejista/empresa para adquirir a Amazon;
2. O Walmart pode até optar por investir em ações da Amazon. Teoricamente, é possível que a multinacional acumule uma participação de 8% na gigante online, mas isso não garante uma posição no conselho. Mas a ideia de um bloco negociado entre MacKenzie e Walmart, ou outra empresa, é considerada viável pelos analistas de mercado;
3. Que MacKenzie aproveite suas ações para se tornar a “consciência da Amazon” é algo possível e plausível;
4. Jeff Bezos deixar o cargo de CEO e concorrer à presidência dos EUA é outro cenário verossímil.
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É preciso levar em consideração que MacKenzie Bezos sempre se comportou com muita classe. A Amazon é tanto sua criação quanto é de Jeff Bezos. Há quem não a veja fazendo outra coisa senão o que sempre fez – exalando confiança e sendo profissional. Outros apostam que, solteira, ela se destacará ainda mais.
Conclusão final
A princípio, parece que Jeff Bezos está cercado de uma equipe de executivos altamente qualificados. Caso ele opte por deixar o cargo de CEO, a Amazon continuará sua trajetória de crescimento. Na verdade, há quem diga que, sem ele, a companhia pode crescer ainda mais.
Seu desafio é que, à medida que outras de suas mensagens e informações relacionadas à sua vida pessoal sejam reveladas, o conselho da Amazon não terá escolha a não ser avaliar o risco de reputação para a companhia. As corporações detestam distrações e quando o CEO se torna uma história maior do que a empresa e sua marca, a mudança é geralmente a melhor decisão a ser tomada.
Bezos deixar o cargo de CEO para se concentrar em outros interesses não está além do reino da possibilidade – assim como se tornar o próximo presidente dos EUA em 2024.