Pressionadas para acelerar o uso de tecnologias como inteligência artificial e automação, empresas atualmente se veem forçadas a adotar o conceito de “social enterprise”, ou seja, organizações que aliam esforços para gerar lucro ao foco em pessoas.
Uma dessas frentes é o combate ao ageismo, ou discriminação por idade. A gravidade do problema é ilustrado por empresas de base tecnológica de alto crescimento: um estudo da plataforma de recrutamento Indeed sugere que 43% de colaboradores dessas empresas se preocupam em perder o emprego para alguém mais jovem.
Garantir um mix de funcionários com mais idade e jovens é essencial para uma cultura sustentável de inovação, segundo Renata Centurion, diretora para a América Latina da Winning by Design, consultoria que otimiza equipes em empresas nacionais como Resultados Digitais e Ebanx, além de um portfólio de multinacionais como Uber e Adobe.
“Anteriormente, todo mundo estava muito animado com a prevalência da nova geração em empresas inovadoras. [Colaboradores mais jovens] são fundamentais, pois geram crescimento acelerado, mas o mix entre as novas e antigas gerações é fundamental para que empresas cresçam de forma sustentável”, diz Renata.
“Muitas vezes, [colaboradores mais jovens] acabaram de sair da faculdade e ainda não têm a experiência necessária para fazer com que metas sejam cumpridas. O grande valor de misturar equipes é que a experiência das pessoas mais velhas consegue ajudar os mais jovens a escalarem muito mais rápido por meio de atalhos”, acrescenta.
“Muitas vezes, vemos pessoas mais novas que não sabem lidar com objeções e ficam muito frustradas, desmotivadas e podem até cair em depressão ou mesmo deixar a empresa”, aponta. “Os caminhos que os mais velhos enxergam funcionam como uma alavanca para os mais jovens, que atrelam esses insights em seus cotidianos para lidar melhor com estes desafios e atingir objetivos comuns.”
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Renata aponta que, à medida em que a preocupação em criar e manter uma cultura corporativa que facilita a inovação cresce, seniores serão uma peça chave para empresas.
Para evitar potenciais problemas relacionados a formas diferentes de trabalhar e pensar, o conselho de Renata é revisitar a cultura da empresa para que todos os colaboradores, jovens e seniores, possam trazer os resultados esperados.
“Existe uma atitude comum que é de trazer pessoas que deram muito certo em uma empresa para outra, mas é preciso considerar se aquela pessoa pode se integrar ou atrapalhar a cultura já estabelecida”, aponta.
“Não dá para ter algumas pessoas dizendo que são o máximo e disparando na frente de todos: isso pode fazer com que muita gente fique desmotivada e queira ir embora, causando frustração e perda de tempo e dinheiro para a empresa”, ressalta.
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O Twitter convocou a participação de usuários para o processo de elaboração de uma regra para tratar a questão da mídia sintética e manipulada. A empresa quer a opinião das pessoas para definir como endereçar fotos, áudios ou vídeos que tenham sido significativamente alterados ou produzidos com a intenção de enganar as pessoas ou modificar seu significado original, os chamados deepfakes ou shallowfakes.
Entre as formas de como lidar com o problema, a empresa considera colocar um aviso ao lado de tweets que compartilham esse tipo de mídia alterada ou incluir um link (por exemplo, para uma reportagem da imprensa) para que usuários possam ler mais sobre potenciais motivos pelos quais o conteúdo possa ser enganoso. O período de contribuições termina no dia 27 de novembro de 2019, às 19h59, no horário de Brasília. A empresa então ajustará políticas e incorporará novas regras e também iniciará treinamentos internos sobre como lidar com esse tipo de conteúdo.
Novas profissões estão sendo definidas para acompanhar o avanço de caminhões autônomos. Segundo um novo estudo da Cognizant, a implementação total da tecnologia de automação desses veículos pode reduzir custos operacionais e dobrar a produtividade, mas também causará impacto direto no mercado de trabalho.
O estudo aponta três modelos de autonomia para caminhões: no modelo drone, caminhões poderão ser pilotados remotamente; no modelo líder de comboio, um motorista conduz o trajeto com dois ou mais veículos o seguindo; no rodízio, motoristas seriam retirados das cabines para viagens longas, mas pegariam no volante em hubs de transferência para que esses caminhões pudessem trafegar nas cidades, por exemplo.
A automação trará um “boom de produtividade imenso” para caminhoneiros, diz o estudo, e oferecerá oportunidades para inovação dentro da indústria, bem com novos empregos, cujo foco será manter a frota de caminhões do futuro. Entre elas estão o analista de cibercidades, que vai garantir que caminhões autônomos sem condutores não trafeguem em vias urbanas e coordenar a chegada de motoristas em hubs de transferência para permitir a entrada desses veículos em áreas metropolitanas, bem como o gerente de coordenação homem-máquina e o gerente de recursos éticos.
Angelica Mari é jornalista especializada em inovação há 18 anos, com uma década de experiência em redações no Reino Unido e Estados Unidos. Colabora em inglês e português para publicações incluindo a FORBES (Estados Unidos e Brasil), BBC, The Guardian e outros.
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