Resistentes: as empresas que, apesar da crise, pisam no acelerador

21 de junho de 2015

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No mundo dos negócios, o professor do departamento de Sociologia da USP (Universidade de São Paulo) Ruy Braga lembra que a desaceleração econômica normalmente não atinge as empresas da mesma maneira. “A situação de crise é favorável a quem se capitalizou no período anterior e, agora, vai às compras, inclusive de empresas concorrentes e algumas até maiores que a sua”, lembra.

Para quem acha que a crise atual é a pior da história do Brasil, Braga faz um alerta: “Quem pensa assim não viveu a memória dos anos 1980, com a hiperinflação e a corrida das pessoas para armazenar comida em casa. Nem mesmo a inflação atual chegando a 8%, 9%, será igual. E dá para reverter. Devido ao seu tamanho e complexidade, a economia brasileira é muito elástica, o que significa que ela se recuperará após os períodos de baixo crescimento. O país é maior que o Estado”, aponta.

Marcos Gouvêa de Souza, fundador e diretor-geral da GS&MD — Gouvêa de Souza, lembra que, nos últimos 20 anos, apesar das crises vivenciadas, o país expandiu. “Houve um fortíssimo crescimento e uma evolução dos indicadores sociais. Hoje, no entanto, o que ocorre é uma maior preocupação com questões éticas e morais e uma cobrança maior em cima do governo, que precisa fazer sua parte. Mas, no aspecto econômico e financeiro, a gente sabe que, após os ajustes que cabem ser feitos pelo governo, vivenciaremos um forte período de expansão”, prevê.

Da mesma opinião é Samuel Pessôa, pesquisador associado da área de economia aplicada do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), para quem a crise vai passar e o Brasil não vai acabar. “Vejo um desejo genuíno do governo de arrumar as coisas, embora as políticas dos últimos seis anos tenham criado muitos problemas. Acho que a recuperação vai demorar um pouco mais que das outras vezes (crises de 1998/1999 e 2002/2003), mas, em três ou quatro anos, no máximo, a economia voltará mais forte”, aposta Pessôa.
Enquanto isso, ele recomenda que os empresários façam proveito das boas opções de negócios que surgem durante a crise, como compras mais baratas e investimentos defensivos para não perder market share. “A vida segue e a economia continuará a girar.” Veja na galeria de fotos exemplos de empresas que se mantêm resistentes à crise:

 

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