Destacar-se na liderança é melhor do que se destacar em talento

6 de novembro de 2014

Enquanto o senso comum diria que o sucesso vem de estar no negócio certo, saber trabalhar com economias, estar na vanguarda da tecnologia, ser um fornecedor de baixo custo ou reunir pessoas extremamente talentosas, algumas empresas fazem exatamente o oposto. Acha que dá errado? Seus resultados falam por si. A Southwest Airlines, por exemplo, recebe mais de 150.000 pedidos de emprego por ano para 4.000 empregos disponíveis. O Instituto SAS recebe 27.000 pedidos de emprego para 900 vagas e tem uma taxa de volume de negócios anual de 2,3%.

Em um livro recém-lançado nos Estados Unidos e inédito no Brasil, os consultores Charles A. O’Reilly e Jeffrey Pfeffer destacaram nove companhias de diversas indústrias que haviam mostrado um caminho de sucesso. A conclusão final foi que estas empresas conseguiram decifrar como construir uma boa cultura na qual as pessoas fluam em seus trabalhos.

Há 17 anos, a consultoria McKinsey and Company criou um relatório para endossar o “talento natural”: “nesta nova economia, competição é algo global, enquanto capital é abundante, ideias são desenvolvidas de maneira rápida e barata e as pessoas estão dispostas a mudar de emprego. Neste tipo de ambiente, tudo que importa é o talento. O talento natural será a principal fonte de vantagem competitiva.”

Neste mesmo estudo, alguns dos fatores listados por gerentes como necessários para vencer a batalha na busca por talentos foram pontos como dar oportunidade de desenvolvimento para as pessoas ou colocar funcionários em projetos ambicioso antes de eles estarem prontos. Mas isso não é tudo. As empresas vão, sim, funcionar bem com pessoas competentes e eficientes desde que tenham líderes melhores ainda para os supervisionar.

Talento é algo com o qual você nasce. Assim como O’Reilly e Pfeffer apontam, há uma lei imutável que afirma que há apenas 10% das pessoas em uma população com potencial para chegar ao topo. Além disso, não é possível que todas as companhias recrutem apenas as pessoas mais talentosas.

Liderança, por outro lado, é uma qualidade que pode ser desenvolvida. Não é um recurso limitado ou que poucas pessoas têm. Com uma liderança de qualidade, empresas podem criar culturas capazes de incentivar as pessoas a darem o seu melhor. Por isso, com líderes que criam uma cultura positiva, é possível que pessoas comuns – e não apenas as acima da média – criem coisas extraordinárias.