É óbvio que ter um bom relacionamento com o seu chefe facilita o sucesso futuro na carreira. Afinal, são eles as pessoas com maior probabilidade de nos apoiar em termos de promoções, avaliações de desempenho, oportunidades de projetos e outros cargos. Nesta situação de home office, no entanto, construir a relação funcionário-chefe pode exigir alguns ajustes.
A boa notícia é que uma das características fundamentais dos relacionamentos com os chefes é semelhante à do mundo pré-pandêmico. No estudo “O Estado de se Trabalhar em Casa 2020”, da Leadership IQ, plataforma de pesquisa e de treinamento de funcionários, 58% das pessoas dizem que seu relacionamento com o chefe é o mesmo trabalhando em casa ou no escritório. Ou seja, muitos de nós não vimos muitas mudanças. No entanto, 27% afirmam que a relação é muito, ou um pouco melhor, quando estão trabalhando em um escritório. E 16% dizem que seu relacionamento com o superior está melhor agora que estão trabalhando em casa. No total, quase três quartos das pessoas descobriram que essa relação é a mesma ou melhor do que era quando estavam trabalhando presencialmente.
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Mesmo que a qualidade do relacionamento seja semelhante, a maneira de fazer isso mudou. De acordo com um estudo recente da Paychex, empresa de terceirização e pesquisa, antes da pandemia, funcionários relataram que se reuniam e conversavam com seus chefes pelo menos dez vezes em um mês, em média. Mas essas reuniões mensais diminuíram para seis.
Claramente, as pessoas descobriram como ter reuniões mais robustas e significativas com seus chefes, com menos frequência. Muitas empresas até estão repensando quando e como realizar reuniões: a Paychex descobriu que, para 34% das pessoas, a segunda-feira era o melhor dia da semana para agendar reuniões virtuais com seus gerentes, e quintas-feiras (9%) e sextas-feiras (14%) eram consideradas os piores.
Mas, se hoje temos menos tempo para nos reunirmos com nossos chefes, como podemos garantir que nosso tempo juntos seja valioso, especialmente quando se trata de avançar em nossa carreira e melhorar nosso relacionamento?
Uma das técnicas mais poderosas é fazer ao seu superior a seguinte pergunta: “Quero ter certeza de que continuo crescendo e melhorando, então, se você fosse eu, no que escolheria melhorar?”
Esta não é uma pergunta que você faz semanalmente. Mas, a cada dois meses, em uma das reuniões virtuais às segundas, pergunte. No estudo “O estado de se trabalhar em casa 2020”, descobrimos que apenas 20% das pessoas dizem que seu chefe desempenha frequentemente um papel ativo de ajudar os funcionários a crescer e desenvolver todo o seu potencial. Portanto, sabemos que muitos chefes não estão preparados para oferecer muitas orientações formais. Mas fazer uma pergunta simples como: “… se você fosse eu, no que você escolheria trabalhar?” elimina a necessidade de planos formais.
Em segundo lugar, essa pergunta traz à tona todas as questões ou problemas prioritários para seu chefe desenvolver sobre você. Há ocasiões em que os chefes recusam o feedback construtivo muito necessário de um funcionário. Às vezes, é porque o superior tem medo da reação do funcionário. E, às vezes, ele simplesmente não sabe como entregar esse insight de uma forma cuidadosa. Mas quando pedimos a nosso chefe que se coloque em nosso lugar e ofereça uma opinião sobre onde poderíamos nos desenvolver ainda mais, damos a eles licença para se abrir. E esse é o insight de que realmente precisamos.
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Essa pergunta também funciona muito bem porque o chefe começa a nos ver como alguém em quem pode confiar. Por quê? Porque valorizamos sua visão. Buscamos seu feedback, tornamos mais fácil fazer uma avaliação e estamos de fato tomando providências em relação a seus conselhos.
Um dos aspectos mais importantes desta técnica é priorizar qualidade e não quantidade. Ou seja, você não vai melhorar o relacionamento com seu chefe ficando online 24 horas por dia e nunca parando de trabalhar. Ironicamente, os funcionários que têm um ótimo relacionamento com o chefe se sentem mais livres para fazer pausas (aumentando assim a produtividade e o bem-estar geral). Tudo o que você precisa fazer é garantir que esses breaks sejam cronometrados adequadamente.
Um estudo recente da Skynova descobriu que 70% das pessoas se sentem encorajadas por seu chefe ou trabalho a fazer pausas enquanto trabalham em casa. Mas 46% dos funcionários ainda se sentiam pressionados a permanecer disponíveis, mesmo durante um intervalo. Quando questionados sobre quais dias eles tinham menos probabilidade de fazer pausas enquanto trabalhavam remotamente, as segundas-feiras (31%) foram vistas como as mais inconvenientes. E, se você se lembra do estudo da Paychex, as segundas-feiras eram o melhor dia da semana para agendar reuniões virtuais com seus gerentes.
Portanto, se você deseja aprimorar seu relacionamento com seu chefe enquanto trabalha em casa, faça essa pergunta profunda, e certifique-se de que você está disponível às segundas-feiras.
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