C-Suite: Renata Vilanova Lobo é a nova head de produtos para América Latina do J.P. Morgan
Maria Laura Saraiva
5 de maio de 2021
Divulgação
Renata Vilanova Lobo [foto], nova head de produtos para América Latina do J.P. Morgan, uma das maiores empresas de serviços financeiros do mundo
O C-Suite desta quinzena traz movimentações de executivos em várias áreas, com destaque para o setor de energia. O conselho de administração da Eletrobras anunciou Rodrigo Limp como novo CEO em substituição a Wilson Ferreira Jr., que renunciou ao cargo e, na sequência, assumiu a presidência da BR Distribuidora.
Já a AES Brasil elegeu Alessandro Gregori como vice-presidente de finanças e relações com investidores, enquanto na Aeris Energy, Bruno Vilela Cunha foi escolhido como o novo CEO da companhia.
No mercado de tecnologia, a Canon do Brasil anunciou Masahiro Sato como novo presidente e CEO. O executivo substitui Masaharu Choki, que está de malas prontas para o Japão para atuar na Canon Inc. Na empresa de aluguel de veículos Localiza, Bruno Lasansky assume como novo presidente-executivo no lugar de Eugênio Mattar, que passa a ser presidente-executivo do conselho.
Nesta edição, o C-Suite conversou com Renata Vilanova Lobo, nova head de produtos para América Latina do J.P. Morgan, uma das maiores empresas de serviços financeiros do mundo. Com mais de 10 anos de experiência só na companhia, a executiva também é a atual head de pagamentos por atacado e treasury services de vendas para o Brasil.
Leia, a seguir, os planos da executiva na nova posição:
Forbes:Como as novas tendências em serviços financeiros, com a adoção da tecnologia, impactam as instituições mais tradicionais do setor?
Renata Vilanova Lobo: Cerca de 50% dos nossos clientes identificaram a aceleração de sua transformação digital como prioridade para os próximos 12 meses, com líderes priorizando iniciativas desse tipo. A maioria está focada em eliminar processos antigos manuais com automação, visibilidade incremental (incremental visibility), informações em tempo real e processamento também em tempo real, mas sem perder o foco na reformulação do core business para que haja mudanças significativas no modelo de negócio.
Por causa dessas prioridades, estamos vendo dois grandes desenvolvimentos. O primeiro está ligado a modelos de negócios existentes que ganharão mais terreno, como receita recorrente, estratégia D2C (direct-to-consumer) e os padrões de plataformas e ecossistemas que agora estão crescendo rapidamente na América Latina. Em seguida, com a explosão do e-commerce, novos modelos provavelmente aumentarão em breve: o comércio contextual (contextual commerce) sob a forma de pagamentos por voz, o e-commerce social e a internet das coisas, e o modelo de economia compartilhada, especialmente nas principais regiões de crescimento.
A tecnologia mudou o comportamento dos indivíduos que buscam por conta própria novos serviços financeiros alinhados com a transformação tecnológica. As instituições financeiras tradicionais devem adaptar rapidamente sua capacidade de fornecer soluções de valor agregado que possam ajudar os clientes a executar com sucesso tais mudanças de modelo de negócio.
F: Nesse cenário de crise sanitária e isolamento social, vocês fizeram mudanças no atendimento aos clientes?
RVL: Com a pandemia, prestadores de serviços e clientes tiveram que se adaptar a essa nova realidade ao mesmo tempo, aprendendo uns com os outros. A tecnologia foi fundamental para nos permitir continuar perto de nossos clientes no dia a dia, até mesmo auxiliando-os durante sua transição para o modo “working from home”.
Inteligência artificial aplicada para entender melhor o comportamento do cliente também foi um aspecto relevante que nos permitiu identificar prontamente os desafios desses consumidores à medida que eles enfrentavam as mudanças. Mais de um ano depois, estamos mais próximos de nossos clientes, nos reunindo virtualmente com mais frequência e reforçando que nosso apoio pode ser proporcionado com excelência a qualquer momento, em qualquer lugar e ainda com um contato personalizado.
F: O que você espera entregar nos primeiros seis meses como head de produtos para a América Latina?
RVL: Globalmente, o J.P. Morgan vem investindo fortemente em tecnologia disruptiva há muitos anos. Agora é a hora de experimentar os benefícios provenientes de novas soluções com maior eficiência e melhor experiência do cliente.
Estamos trazendo aos clientes da América Latina soluções baseadas em shared ledgers (registros distribuídos) seguros que podem simplificar a troca de informações, para transformar como o dinheiro e os dados se movem. O Liink é uma rede de production grade, escalonável e peer to peer baseada em blockchain, pela qual forneceremos novos serviços aos nossos clientes, como a capacidade de realizar automaticamente a validação de uma conta global aproveitando a rede com mais de 50 dos maiores bancos do mundo conectados.
Outros produtos e serviços digitais continuarão a ser o foco, incluindo soluções de conta virtual, funcionalidades aprimoradas de carteira digital e soluções baseadas em API. Os pagamentos em tempo real são uma prioridade fundamental no Brasil e no México, juntamente com o open banking para serviços de valor agregado. Paralelamente, planejamos lançar eminentemente soluções locais de gestão de caixa na Colômbia, enquanto continuamos investindo no aprimoramento de nossos meios de pagamentos e recebíveis no Chile e na Argentina.
Veja, abaixo, outras movimentações C-Level que ocorreram nos últimos 15 dias: