Profissionais da base da pirâmide corporativa estão lidando com os impactos das demissões de maneira mais drástica. Enquanto isso, no topo, alguns dos mais bem-pagos CEOs geralmente mantêm seus cargos.
Na recessão de colarinho branco que emergiu com as recentes demissões em massa anunciadas por algumas das maiores e mais lucrativas empresas do mundo – como Amazon, Microsoft, Meta, Google e Goldman Sachs –, os CEOs continuam intocados.
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As decisões tomadas pelos executivos seniores, como contratações agressivas e a falta de preparação para lidar com as taxas recordes de inflação, resultaram nas significativas demissões que impactaram os trabalhadores. Apesar dos erros, os CEOs e executivos C-Level pareciam imunes de tomar suas parcelas de responsabilidade e impacto da crise, pelo menos até agora.
As coisas estão mudando com acionistas e conselhos tomando a decisão de cortar as remunerações de alguns executivos seniores. Nomes como Sundar Pichai (Alphabet), Tim Cook (Apple), Jamie Dimon (JPMorgan), David Solomon (Goldman Sachs), James Gorman (Morgan Stanley) e Pat Gelsinger (Intel) vão aderir ao corte salarial. Apesar disso, não vão precisar de ajuda financeira, já que ainda recebem pequenas fortunas por conta de suas participações nas empresas.
Veja o que vai acontecer em cada empresa:
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2. Apple
De acordo com a Comissão de Valores Mobiliários norte-americana, a meta de remuneração anual do CEO da Apple, Tim Cook, para 2023, é de US$ 49 milhões (R$ 253 milhões), abaixo dos cerca de US$ 84 milhões (R$ 434 milhões) do ano passado. Isso marca uma queda de mais de 40% no pagamento do executivo.
Além de reduzir a meta total, 75% das ações de Cook estão vinculadas ao desempenho das ações da fabricante do iPhone este ano, em vez de 50%, informou a CNBC.
Embora os acionistas tenham aprovado seu pacote de remuneração, o próprio CEO bilionário concordou que deveria ser reduzido.
A Apple é uma das poucas gigantes da tecnologia que não anunciou um corte recente. -
3. JP Morgan
O JP Morgan está removendo o componente de “prêmio especial” da remuneração de seu CEO este ano. O executivo-chefe do banco de investimentos receberá um salário-base de US$ 1,5 milhão (R$ 7,75 milhões) e um bônus de US$ 33 milhões (R$ 170,5 milhões), totalizando US$ 34,5 milhões (R$ 178,32 milhões).
No ano passado, o prêmio especial de Dimon totalizou US$ 50 milhões (R$ 258 milhões) em remuneração adicional. Após críticas da diretoria do banco, a empresa não concederá ao CEO esse pagamento especial em 2023 e “se comprometeu a não conceder nenhum prêmio especial a ele no futuro”.
Em maio, os acionistas do JP Morgan rejeitaram um bônus de opções para o CEO, mantendo seu salário líquido de US$ 84,4 milhões (R$ 436 milhões) em 2021. -
4. Goldman Sachs
O CEO do Goldman Sachs receberá cerca de 29% menos remuneração após um ano desafiador, marcado por menos IPOs, fusões e aquisições e negociações. A atividade global de ofertas públicas de ações caiu 45% ano a ano, de acordo com dados da Ernst & Young.
O banco com sede em Nova York viu uma queda no preço das ações em 10%. E seu lucro líquido caiu US$ 10,4 bilhões (R$ 51,6 bilhões) após um grande ano em 2021.
Solomon, também conhecido como DJ D-Sol, receberá US$ 25 milhões (R$ 129 milhões) por seu trabalho em 2022, em comparação com US$ 35 milhões (R$ 180,9 milhões) em 2021. Seu salário-base anual permanece em US$ 2 milhões (R$ 10,3 milhões), mais US$ 23 milhões (R$ 118 milhões) em remuneração variável.
O corte salarial marca o mais recente de uma série de momentos difíceis para o Goldman, incluindo uma reportagem de capa da The Economist com uma foto renomeando o banco como “Goldman sinks” (Goldman afunda). No mês passado, o banco de investimento anunciou que estava demitindo até 3.200 funcionários em sua redução de empregos mais considerável desde a crise financeira. -
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5. Morgan Stanley
O Morgan Stanley cortou a remuneração de seu CEO em 10%, de US$ 35 milhões (R$ 180,9 milhões) para US$ 31,5 milhões (R$ 162,8 milhões), informou o banco recentemente.
O comitê de remuneração do banco de investimento determinou que o desempenho do Morgan Stanley para 2022 não foi tão bom quanto no ano anterior, quando obteve desempenho financeiro recorde. O lucro do banco caiu 27%, para US$ 11 bilhões em 2022, e a receita líquida caiu 10%, para US$ 53,7 bilhões (R$ 277 bilhões).
Em dezembro, o Morgan Stanley cortou cerca de 1.600 empregos entre sua equipe global. -
Foto de Pat Gelsinger, ex-CEO da Intel
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