Hoje, há programas voltados para mercados diversos, muitos deles com inscrições abertas neste mês. “Esse título pode aumentar a possibilidade de promoção ou recolocação”, diz Cecília Toraci, vice-presidente e sócia da consultoria de RH Fesa Advisory.
Especialistas ouvidas pela Forbes avaliam se ainda hoje é vantajoso ter um MBA no currículo e oferecem as principais informações para refletir se é o momento de investir em uma formação desse tipo e escolher o melhor curso.
Os tipos de MBA
Já o EMBA é voltado para profissionais com maior experiência prévia em gestão, e que oferece conceitos, ferramentas, experiências e trocas entre os participantes. A FDC, por exemplo, requer um mínimo de 10 anos de experiência profissional e 5 anos em gestão. Em geral, as aulas em um MBA Executivo acontecem em módulos de imersão, permitindo conciliar os estudos com as atividades profissionais.
MBA, pós, mestrado ou especialização?
No Brasil, o termo MBA vem sendo confundido com especialização. “O MBA tende a ser um programa mais generalista, enquanto a especialização é mais focada em uma área específica de formação”, explica Barakat, como gestão de negócios e projetos, marketing e finanças. “No Brasil, algumas escolas chamam de especialização, enquanto outras preferem o termo pós-graduação ou mesmo MBA, mas trata-se do mesmo programa.”
Em geral, é um programa voltado para profissionais em início de carreira ou empreendedores, que conciliam suas atividades profissionais com os estudos.
Quanto custa fazer um MBA
No Brasil, um MBA tem carga horária entre 390 e 500 horas, e o custo total pode variar de R$ 40.000 a R$ 200.000. No exterior, os valores ficam mais altos devido à reputação da escola, à cotação cambial e ao custo de vida do local escolhido.
É o momento de fazer um MBA?
Para saber se é o momento de ingressar em um MBA, considere estas questões:
1. Experiência prévia de três a cinco anos em gestão. “É necessária como pré-requisito para ingressar no curso e para acompanhar, se desenvolver como executivo e trocar com a turma”, diz Alessandra Costenaro Maciel, presidente da Anamba (Associação Nacional de MBA).
2. Objetivo profissional. “A autorreflexão é chave para essa decisão no sentido de ter claro seu objetivo de carreira e a melhor forma de alcançá-lo”, diz Toraci, da Fesa Advisory.
3. Tempo de estudo. “Uma outra consideração importante é o tempo a ser dedicado ao programa e o quanto esse tempo cabe dentro da realidade pessoal e profissional da pessoa”, diz Carla Arruda, diretora do EMBA da FDC. Para o Executive MBA da FDC, por exemplo, é sugerida uma média de 18 horas semanais de dedicação aos estudos, fora os momentos presenciais.
4. Mercado de trabalho. “Vale analisar se o que o curso proporciona faz sentido para a realidade daquela função”, diz Toraci, da Fesa Advisory.
Vale a pena?
O ideal é que o profissional reflita sobre seus objetivos de carreira e as melhores formas de alcançá-los. “É importante ponderar que um MBA é um investimento alto e de médio prazo que viabiliza entregas mais estratégicas e que pode abrir possibilidades”, diz ela. Para ambições de curto prazo, especializações e cursos de curta duração podem ser uma escolha mais certeira.
MBA realmente ajuda na carreira?
Geralmente os profissionais buscam programas de MBA com a expectativa de ascensão na carreira. E isso se comprova: 77% dos participantes do MBA Executivo da FDC tiveram ascensão profissional em até dois anos após a conclusão do programa. E 46% chegaram a cargos de diretoria nesse mesmo período. “Também há candidatos que desejam expandir a área de atuação, fazer mudança de carreira, obter conhecimentos para empreender, ou adquirir habilidades e conhecimentos sobre o mundo dos negócios”, diz Barakat, da FDC.
“Todo bom executivo possui em seu currículo um bom curso de MBA”, afirma Maciel, presidente da Anamba. Algumas posições internas ou em outras empresas podem ter como pré-requisito essa qualificação, mas a valorização de formações acadêmicas pelo mercado não é a mesma de algumas décadas atrás. “Houve um momento em que o título era muito valorizado, hoje observamos que as organizações buscam entender o valor que aquele curso ou experiência trouxeram para as entregas do profissional”, diz Toraci, da Fesa.
Como escolher o melhor MBA
– modelo de cursos;
– nome e marca da escola de negócios;
– certificações da escola;
– repertório e currículo dos professores;
– grade de disciplinas e temas;
– perfil dos alunos e suas posições de carreira atuais;
– internacionalidade – professores, colegas e disciplinas internacionais (online ou presenciais);
– conversas com ex-alunos;
– desenvolvimento da empregabilidade e formação de competências comportamentais;
– preço;
– local e formato (presencial, online, híbrido/fins de semana, dias de semana, semanas de imersão).
Como se preparar para o processo seletivo
Diploma de graduação, histórico escolar e comprovação de tempo de experiência em gestão são necessários para se candidatar a um MBA, além de teste de proficiência em inglês.
As inscrições para a maioria das escolas de negócio brasileiras são abertas no final do ano para início das aulas no começo do ano seguinte. O processo de seleção em geral inclui análise de currículo e entrevistas, mas pode variar dependendo do curso. “Para se preparar, é importante que o candidato pesquise sobre o programa de interesse, entenda seu propósito e avalie o quanto está alinhado com seus objetivos e momento de vida e carreira”, diz Arruda.
MBA no exterior
Carla Arruda, diretora do MBA da Fundação Dom Cabral, cursou MBA na Duke University, nos EUA, em 2004. Além de preencher uma ficha que incluía redações com temas variados, ela precisou fazer o teste TOEFL, que avalia se a pessoa tem capacidade de falar e entender o inglês em nível acadêmico, e o GMAT (Graduate Management Admission Test), prova de admissão exigida pela maior parte das escolas de negócios nos Estados Unidos e na Europa. “Dependendo da nota no GMAT, as possibilidades de entrada em escolas ‘first tier’ aumentam”, diz ela. E também existe a possibilidade de conseguir bolsas de estudo por mérito, já que o custo dos programas é mais alto que no Brasil.