Muitas lideranças corporativas parecem convencidas de que o trabalho remoto está prejudicando a produtividade de seus funcionários. No entanto, as empresas com políticas de trabalho remoto ou híbrido estão contratando novos empregados quase duas vezes mais do que as empresas com regime presencial em um mesmo período de tempo, de acordo com uma nova análise.
Essa informação é de um levantamento feito pela empresa de software e gerenciamento de trabalho remoto Scoop, que analisou as flexibilidade de trabalho de mais de 4.500 empresas e cruzou tais dados com as taxas de aumento de funcionários delas. Nas análises dos últimos três meses, o relatório mostra que, nas empresas que permitem o trabalho remoto em tempo integral ou a escolha de quantos dias os funcionários vão ao escritório, o número de funcionários aumentou 1,9% em média.
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Já nas empresas que impõem o trabalho presencial, o número de funcionários cresceu apenas 0,8% – duas vezes menos do que nas empresas anteriores. Por sua vez, aquelas em regime híbrido estruturado – a política mais adotada entre as empresas analisadas, em que os empregados vão presencialmente entre um e quatro dias por semana – tiveram uma taxa de crescimento da força de trabalho de 1,5%.
A lógica segue a mesma com a análise do último ano das companhias. Empresas totalmente flexíveis aumentaram 5,6% o número de funcionários, as empresas híbridas 4,1% e, as empresas totalmente presenciais, 2,6%. “Em todas as análises, o regime presencial está ficando para trás no aumento da força de trabalho”, diz Robert Sadow, CEO da Scoop. “Isso é bastante revelador. Parece que as empresas que são flexíveis estão tendo mais facilidade em contratar funcionários.”
O que está por trás da tendência?
Independentemente do tamanho da empresa, seja ela uma multinacional ou uma startup, as com regime de trabalho flexível ainda superam as empresas com políticas de trabalho presencial. A retirada do setor de tecnologia da análise – que conta com grandes empresas que fizeram demissões em massa e startups que crescem rapidamente – não mudou a tendência descrita, mostrando que tal área não teria impactado o maior crescimento de contratações para trabalhos remotos ou híbridos.
“Aumentar o número de funcionários não é um indicador exato de se uma empresa está indo bem, mas o crescimento da economia tende a ocorrer nos locais onde cada vez mais pessoas estão sendo contratadas”, diz o CEO da Scoop. “As companhias que exigem menos dias presenciais estão se saindo melhor, ao que parece”, quando se trata de contratações.
* Jena McGregor é editora sênior na Forbes USA. Ela escreve sobre mercado de trabalho, carreira e liderança.
(Traduzido por Gabriela Guido)