Combate ao assédio: como saber se sua empresa tem medidas eficientes

23 de novembro de 2023
Getty Images

Think Eva lista medidas para empresas evoluíram no combate ao assédio

Canal de denúncias, guia de conduta, treinamento de lideranças e compromisso público são algumas das medidas de combate ao assédio no ambiente de trabalho, mas nem todas as empresas estão preparadas para cumprir a lei.

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De olho nisso, a Think Eva, consultoria de igualdade de gênero, junto da SafeSpace, empresa de tecnologia focada em compliance, lançou uma ferramenta gratuita para empresas avaliarem o que ainda precisa ser feito para combater o assédio no corporativo. “O assédio no ambiente de trabalho não é um problema individual”, diz Nana Lima, cofundadora da Think Eva e da Ong Think Olga. “Por isso, devemos pensar em ações que integrem todos os funcionários, principalmente a liderança.”

A ferramenta é simples: trata-se de um questionário que permite que empresas testem em que estágio estão suas políticas de combate a esse tipo de violência. A medida é urgente: desde setembro de 2022 é obrigatório por lei que empresas com mais de 20 funcionários incluam medidas anti-assédio na CIPA, que é a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e tenham treinamentos sobre o assunto.

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De acordo com os resultados, a empresa pode ser classificada de iniciante a inovadora, que são aquelas exemplares em boas práticas, que formaliza o compromisso publicamente e, ainda, divide os aprendizados com outras companhias.

Como é uma empresa inovadora no combate ao assédio

Uma empresa de perfil inovador no combate ao assédio moral e sexual deve reconhecê-lo como um problema que influencia a produtividade e a saúde mental das equipes.

A Think Eva lista cinco passos para uma empresa ir além da legislação no combate ao assédio:

  1. Tolerância zero contra o assédio: o primeiro passo é estabelecer um código de ética, manual dos funcionários e fornecedores e materiais de comunicação interna que abordem o assunto e garantir que os assediadores sejam punidos.
  2. Estruturação do canal de denúncias: esse canal vai não apenas receber, mas acompanhar todo o procedimento de investigação dos casos. “Já nos deparamos com empresas onde os funcionários não confiam no canal, seja por não saber como acontece o processo de investigação e têm medo de retaliação”, diz Lima.
  3. Treinamento de funcionários e lideranças: treinamento de todos os funcionários sobre assédio. “É crucial criar um ambiente onde todos se responsabilizem por romper o ciclo do assédio”, afirma a cofundadora da Think Eva. “A liderança precisa entender, identificar e inibir o assédio, pois seu comportamento irá guiar e autorizar os outros funcionários.
  4. Compliance jurídico e de RH: departamentos que estão na linha de frente como compliance, jurídico e gestão de pessoas precisam de treinamentos específicos como de acolhimento às vítimas.
  5. Comunicação com stakeholders: a empresa precisa criar formas de comunicar os stakeholders e fortalecer essa ideia de combate ao assédio com sua comunidade.