Depois de publicar o vídeo, que soma 5,8 milhões de visualizações até o momento em uma conta recém-criada por ela, Alana usou o perfil para explicar o motivo da demissão. Ela trabalhava como UX designer em uma empresa no Paraná.
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De acordo com a profissional, a companhia decidiu encerrar o contrato depois que ela se negou a disponibilizar gratuitamente, para todos os funcionários da empresa, conteúdos educacionais produzidos por ela. Os vídeos fazem parte de uma série de aulas que ela ministrou, a pedido da companhia, para capacitar futuros funcionários.
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O que é fit cultural
Nos comentários, os usuários questionam o que é fit cultural. “O termo se refere ao grau de compatibilidade entre os valores e crenças de um funcionário e os valores, crenças e comportamentos que determinam a cultura da empresa”, diz Janine Goulart, sócia da KPMG e líder da área de pessoas.
Ok, mas o que é exatamente a cultura de uma organização? É esse “jeitão” de uma organização, como definiu Caio Barroso em um vídeo em seu perfil do Instagram, em que fala de questões da vida corporativa com humor, o Lá na Firma. Basicamente, são as práticas que prevalecem na empresa, o conjunto de atitudes, maneiras de fazer cada coisa. A cultura geralmente está ligada aos valores dos fundadores e, conforme a empresa cresce, é passada para os funcionários e reafirmada pelas lideranças. Ela define as regras não ditas e também as diretrizes daquele espaço: o que é esperado dos funcionários, o que todo mundo faz ou não deve fazer de jeito nenhum.
Em geral, a cultura é ditada pelos líderes, mas todos os funcionários também têm um papel importante na manutenção dos valores e das relações. “Reconhecer os colegas, se esforçar para se conectar com o time, celebrar a conclusão de projetos entregues com qualidade são pequenos gestos que fazem grande diferença no dia a dia”, afirma a sócia da KPMG.
Para a designer que viralizou no TikTok, o argumento da falta de fit cultural não fez sentido. “Eu levava bolo para a empresa, ajudei a montar a decoração da festa de Halloween e respondia mensagens de trabalho fora do horário”, disse ela, que sentia estar em linha com a companhia.
A conexão cultural é importante para a boa convivência e também para os negócios – já que ajuda no engajamento, na produtividade e retenção de talentos –, e pode, sim, ser motivo de demissão, segundo Goulart. “É muito importante que sempre exista transparência na relação entre o colaborador e a empresa.”
Gen Z, tabalho e TikTok
Vídeos como o dela bombam na plataforma. A #quittok tem quase 80 milhões de visualizações.
Muitas das novas tendências profissionais recentes também saíram do TikTok, como quiet quitting, rage applying (funcionários que se candidatam a vagas de emprego por estarem frustrados com o próprio trabalho) e act your wage (ou trabalhar com esforço proporcional ao seu salário).
Martins também compartilhou o caso no LinkedIn, explicando como funciona a geração Z, da qual faz parte. “É ansiosa, é internet, é frágil, mas também somos muito rápidos, muito compreensivos e parceiros.”