Antes de tomar essa decisão, analise o entorno e entenda sua posição dentro dele. “Você precisa conhecer a si mesmo e suas prioridades e flexibilizar suas posições para estar em harmonia com o ambiente”, afirma a especialista em Personal Branding e autora do livro “Marca Pessoal”, Susana Arbex.
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Ao entrar em um novo emprego ou em uma reunião com clientes, entenda o que é relevante para os outros e evite ser a pessoa que constantemente causa desconforto. Isso pode significar moderar a forma como você expressa suas opiniões, escolher quais batalhas valem a pena lutar e entender quando e como compartilhar suas ideias e feedbacks. “Eu não preciso mostrar tudo o que sou no meu trabalho. Posso escolher qual dimensão será mais construtiva para o ambiente e para minha carreira”, explica Arbex.
Isso porque no mundo corporativo, a compreensão das dinâmicas de poder é crucial. A maneira como – e com quem – nos posicionamos tem impacto direto nas oportunidades que surgem.
Adaptar-se mantendo sua identidade
A adaptação às demandas do ambiente corporativo, embora necessária, pode demandar uma certa carga de energia emocional e impedir o desenvolvimento pleno do profissional. “É um desperdício de energia em relação àquilo que eu desejo, em relação à construção de conexões mais saudáveis”, afirma Mioto.
Por isso, preservar a própria identidade ao buscar o crescimento profissional exige, antes de tudo, autoconhecimento para reconhecer o que precisa ser alterado, o que deve ser valorizado e quais os inegociáveis. “Ao desenvolver autoconsciência, você ganha clareza sobre a direção a seguir e o que ajustar para se alinhar ao seu trabalho”, diz Flávia Faugeres, CEO da Learn to Fly, consultoria voltada ao desenvolvimento de habilidades socioemocionais. Isso inclui identificar habilidades a serem desenvolvidas, elaborar um plano de ação e colocá-lo em prática.
O equilíbrio entre a autoaceitação e a adaptabilidade é necessário para um desenvolvimento pessoal e profissional sustentável e significativo. “Não se trata de se recusar a mudar, mas de evoluir preservando sua identidade, valores e essência”, afirma Faugeres.
Também é essencial para entender até que ponto podemos – e devemos – compartilhar questões pessoais ou profissionais mais íntimas com colegas e chefes, e a melhor forma de fazer isso. “Minha vulnerabilidade pode levantar um espelho que o outro não dá conta”, diz Mioto, da Fundação Dom Cabral, destacando a necessidade de ser cauteloso ao compartilhar ideias, objetivos e “fraquezas”.