Fundação Bill e Melinda Gates reitera combate à malária

4 de abril de 2017
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Bill Gates: quando ele falou sobre um mundo sem pólio, as pessoas encararam como uma brincadeira (Getty Images)

A Dra. Mairo Mandara, médica ginecologista e obstetra e representante da Fundação Bill e Melinda Gates na Nigéria, disse, durante uma conferência em Abuja, capital do país, que a organização está fazendo todo o possível para erradicar a malária no mundo, informou uma reportagem do site “Nigerian Tribune”. Mairo garantiu que esta é uma tarefa viável, assim como está ocorrendo com o extermínio da poliomelite, muito próximo de ser concluído.

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“Vocês conseguem imaginar um mundo livre da malária?”, perguntou durante o evento. “Quando Bill Gates falou sobre um mundo sem pólio, as pessoas encararam como uma brincadeira, mas agora ela só existe em três países: Afeganistão, Paquistão e Nigéria.” A médica ressaltou que o país africano está quase lá. “Em algumas partes do norte ainda temos crianças que não foram imunizadas. Então, vamos erradicar a pólio e, em seguida, partiremos para uma guerra contra a malária”.

Só em 2016, a fundação investiu US$ 250 milhões em ações de combate à doenças

De acordo com ela, as maiores intervenções da fundação na Nigéria estão relacionadas à erradicação da pólio e ao fortalecimento da rotina de imunização, mas a entidade também atua em áreas como saúde da família, nutrição, agricultura, parcerias estratégicas, prestação integradas de serviços e inclusão financeira.

Mairo disse que a fundação acredita que nenhuma criança deveria morrer de uma doença que pode ser prevenida. Segundo ela, a entidade está implementando as medidas necessárias para assegurar que a maior quantidade possível de mães tome cuidados essenciais durante a gestação e enquanto as crianças são recém-nascidas e pequenas. E acrescentou que está sendo oferecido suporte para que as famílias sejam informadas sobre o tipo de lar que querem ter com base – e acesso – às opções disponíveis de planejamento familiar.

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“Nós também estamos investindo em nutrição, em uma parceria com a Fundação Dangote, para ter certeza que a porção mais crítica da vida de uma pessoa está sendo assistida. Acreditamos que a vida não é apenas saúde, mas também subsistência, então apoiamos a agricultura, principalmente os pequenos agricultores. Esse apoio aos trabalhadores, que são a maioria dos moradores rurais, é realizado por meio da entrega de boas sementes, fertilizantes, informação sobre o solo, fornecimento de inseticidas e nos certificando de que eles têm acesso às melhores produções. Em seguida, os ajudamos a ganhar mercado, o que significa que promovemos toda a cadeia de valor. Então, em vez de trabalhar com uma pequena quantidade, eles terão estímulo para fazer mais e serem valorizados por seu trabalho”, explica.

A médica afirmou que a Fundação apoia também os governos, para fortalecer políticas e intervenções já existentes.

Ela ressalta que a entidade não fez uma estimativa do quanto seria investido por país, mas baseou os recursos nas necessidades. “Cinco anos atrás, nós gastamos aproximadamente US$ 35 milhões. Só em 2016 foram US$ 250 milhões.”

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De acordo com Mairo, a esperança da fundação é que os nigerianos assumam a liderança na triagem de seus sistemas de saúde nos próximos cinco anos. E contou que todos os doadores e as comunidades internacionais estão apoiando a causa, porque a consideram sustentável. “Nós queríamos ver uma situação na qual todos, sem levar em conta onde vivem, pudessem acessar serviços básicos de assistência médica. E eu não dúvidas de que a Nigéria pode fazer isso.”

A agência de notícias da Nigéria, a “NAN”, noticiou que a Fundação Bill e Melinda Gates tem apoiado a causa humanitária no país por meio de doações para o governo e para outras Organizações Não-Governamentais (NGO) por mais de uma década.