Por que é possível, sim, encarar a crise sem crise

30 de junho de 2017
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Comparativos com outras épocas ajudam a enxergar com mais clareza que não chegamos ao fundo do poço (iStock)

Cá entre nós, não está fácil encarar o dia a dia diante do mundo atual. Mas, se pensarmos de forma mais profunda sobre o assunto, houve um momento livre de problemas? Se existiu, nenhum de nós ou dos nossos antepassados conheceu.

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O ano de 2017 está na metade e muitas dúvidas e incertezas nos rodeiam, da situação política à violência, das injustiças sociais à crise financeira. No entanto, comparativos com outras épocas ajudam a enxergar com mais clareza que não chegamos ao fundo do poço.

Na economia, fechamos 2016, por exemplo, com inflação anual de 6,29%. Quem já era adulto entre as décadas de 1980 e 1990 sabe que nada se compara à inflação que chegou a 1.000% ao ano entre 1986 e 1994, ano em que foi criado o Plano Real.

O medo de ficar sem dinheiro, de se afundar em dívidas e de perder o emprego sempre existiu. Não são situações atípicas em um período de crise. Afinal, a rotatividade do sistema capitalista é muito volátil e impressionantemente imprevisível.

Porém, se esconder na toca para “fugir” do furacão só faz com que não aprendamos com os erros e/ou não tenhamos o jogo de cintura de lidar com os obstáculos. Medo não é a solução, mas, sim, cautela. Decidir cortar todos os gastos possíveis, por exemplo, também é um risco para o país. Afinal, a economia precisa girar e a compra e venda precisam continuar a acontecer.

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Não há motivo para pânico. Afinal, enquanto houver saúde, conseguimos seguir em frente com fé, disposição e esperança no que vem pela frente. Apesar da crise, vamos acreditar, trabalhar com afinco e planejar a chegada do segundo semestre. Porque, como já dizia Paulo Vanzolini, se o tombo acontecer, “levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”.

Juscelino Pereira, 47 anos, é formado sommelier pela ABS, presidente da Confraria dos Restaurateurs de São Paulo e diretor da Associação de Restaurantes de São Paulo (ANR). Sua opinião é pessoal e não reflete a visão editorial de FORBES Brasil.