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Os 10 integrantes do Conselho da Casa Imperial, que conta com parlamentares, membros da realeza e juízes da Suprema Corte e é presidida pelo primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, concordou com a data nesta sexta-feira (1).
Ele será sucedido pelo príncipe herdeiro Naruhito, de 57 anos. “Esta é a primeira abdicação de um imperador em 200 anos e a primeira sob a Constituição [do pós-guerra]”, disse Abe aos repórteres depois de anunciar a recomendação. “Sinto muita emoção porque hoje a opinião do Conselho da Casa Imperial foi decidida tranquilamente, e um grande passo foi dado rumo à sucessão imperial.”
O gabinete ainda tem que aprovar a decisão da data, o que deve acontecer na semana que vem.
Antes considerado divino, o imperador japonês é definido pela Constituição do pós-guerra como um “símbolo do Estado e da unidade do povo”, mas não tem poder político.
Akihito, assim como a imperatriz Michiko, passou muito tempo tentando tratar do legado da Segunda Guerra Mundial, que foi disputada em nome de seu pai, Hirohito, e consolando as vítimas de desastres ou outras calamidades. Ele é altamente respeitado pelos japoneses comuns. “Tanto o imperador quanto a imperatriz pensaram incansavelmente no povo”, disse Taeko Ito, um cuidador de 72 anos. “Agora ele é idoso e desejo de todo o coração que consiga descansar.”
Akihito e Michiko, a primeira plebeia a se casar com um monarca japonês, trabalharam para reatar laços abalados pela agressão de seu país antes e durante a Segunda Guerra Mundial em toda a Ásia com muitas viagens ao exterior.
Em 1992 Akihito se tornou o primeiro monarca do Japão no passado recente a visitar a China, onde lembranças amargas da guerra sobrevivem. Durante a visita ele disse “deplorar profundamente um período infeliz no qual meu país infligiu grande sofrimento ao povo da China”.