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Tudo porque o lance de abertura para o relógio foi de apenas US$ 1 milhão, mas, logo em seguida, o pretendente a adquirir a peça teve todas as suas expectativas frustradas – o lance subiu para US$ 10 milhões em segundos. Com as apostas acirradas subindo em escalas de US$ 500 mil, logo se chegou ao patamar dos US$ 14 milhões e, como se não bastasse, em vias de se bater o martelo, algum grande apostador fez a oferta irrecusável, levando a emblemática peça, em menos de 15 minutos, pela cifra acumulada no título desta coluna.
Todo esse furor pode parecer um tanto exagerado para aqueles que não dedicam uma paixão aos relógios. No entanto, a história por trás dessa pequena peça de 37 mm de diâmetro de aço inoxidável produzida em 1968 é que fez seu valor chegar a esse patamar. Para se ter uma ideia, é justamente por causa desse relógio que todos os relógios Daytona com mostradores exóticos são conhecidos por “Paul Newman”. E essa peça, em específico, estava desaparecida por mais de três décadas. Muitas histórias haviam sido inventadas e replicadas na tentativa de explicar a falta de conhecimento do seu paradeiro, até que no início deste ano o relógio reapareceu inesperadamente.
O primeiro modelo Daytona produzido pela relojoaria suíça, em 1963, não foi o primeiro cronógrafo da Rolex, mas seu diferencial está no contraste de cores entre o mostrador e o subdial, o que torna cada referência um relógio único. O modelo não era um sucesso de vendas na época, por isso a Rolex o manteve por apenas sete dos 25 anos de produção com marcha manual. Mas tudo mudaria após Paul Newman colocar o relógio de referência 6239 no pulso. Na época, o astro de cinema americano estava gravando o filme Winning (500 Milhas, de 1969) quando foi fotografado usando o modelo exclusivo. A repercussão foi tamanha que as vendas aumentaram exponencialmente. Todos queriam um “Paul Newman”!
A HISTÓRIA POR TRÁS DO ÍCONE
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Com a “aparição” do relógio, outro enigma foi revelado; após disputar muitas corridas nas 24 Horas de Le Mans, Paul começou a aparecer com outro modelo Daytona, de referência 6263, com mostrador negro. Hoje, sabe-se que o simbólico relógio havia sido dado como presente novamente. Dessa vez, o próprio Newman havia presenteado seu genro com o modelo. Depois daquele evento, não se sabe o que aconteceu com a peça, até o verdadeiro “Paul Newman” reaparecer, naquela inesquecível noite de domingo.
*Jairo Waisman é diretor executivo da Joalheria Frattina