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A declaração confirmou comentários feitos por um outro executivo da BHP, Bryan Quinn, em entrevista ao jornal “Valor Econômico”.
Isso apesar de a empresa ter recebido do órgão ambiental estadual, há oito meses, sinal verde para as obras.
Quinn explicou que as negociações com a autoridade já evoluíram, mas um termo de compromisso não foi assinado até o momento. “Estamos esperando por isso”, disse o executivo.
A Samarco está com as operações paralisadas desde 2015, quando o rompimento de uma barragem de rejeitos deixou 19 mortos, centenas de desabrigados e poluiu o rio Doce, que percorre diversas cidades até chegar ao litoral do Espírito Santo.
Quinn, entretanto, evitou entrar em detalhes sobre quais os termos que estão sendo negociados.
Procurado pela Reuters, o MPMG preferiu não dar informações, uma vez que as negociações ainda estão ocorrendo em sigilo.
A construção do sistema de rejeitos, que será feita em uma cava de mineração exaurida chamada Alegria Sul, é um dos passos importantes para que a empresa possa retornar as suas atividades.
Quinn explicou que, após a conclusão do acordo com o MPMG, as obras de preparação da cava vão demandar ainda, pelo menos, dez meses. A empresa também precisará obter a licença de operação da cava.
Além disso, o processo de licenciamento de Alegria Sul não é o único em curso para o retorno das atividades. A empresa precisa de um licenciamento mais complexo, que envolve todo o Complexo de Germano, onde estão as operações de mineração da empresa. Ambos os processos ocorrem concomitantemente.
Em declaração recente, a Samarco disse que prevê obter em 2019 todas as licenças necessárias para retomar sua produção de minério de ferro em Mariana. Quinn evitou fazer suas próprias previsões, frisando que muitas etapas precisam ser concluídas.
O executivo reiterou ainda que o ativo é muito interessante e que a empresa está bastante disposta a buscar o retorno às atividades.
Sobre os trabalhos de reparação e indenização dos atingidos pelo rompimento da barragem, o executivo afirmou que a homologação, neste mês, de um acordo entre Samarco e autoridades sobre modelo de governança para a reparação dos atingidos criou um ambiente mais estável para o trabalho e as negociações em andamento.
O acordo, assinado em 25 de junho entre a Samarco e suas acionistas (BHP Billiton e Vale), Ministério Público e órgãos dos governos federal, do Espírito Santo e de Minas Gerais, extinguiu uma ação de R$ 20 bilhões movida contra as companhias.