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Chega a ser estranho, diante de um regulamento rígido — e já ridicularizado por usuários — que veta até mesmo nudez “artística”. Toda e qualquer imagem que contenha relações sexuais, genitais e closes de nádegas, além de algumas fotos de mamilos femininos, está fora da lei do Instagram. São permitidas apenas fotos de cicatrizes pós-mastectomia, de mulheres que amamentam e registros de pinturas e esculturas.
Em um experimento recente, a organização de segurança digital Protect Young Eyes apresentou 50 relatórios sobre hashtags ligadas a conteúdo pornográfico. Não obtiveram qualquer resposta do Instagram. É de se suspeitar que muito dinheiro seja feito com essas páginas e hashtags. A mídia social é um grande negócio na indústria do entretenimento adulto, já que as estrelas pornográficas estão ganhando menos dinheiro do que costumavam com tanta pornografia gratuita disponível na internet. Elas agora procuram seguidores, em vez de espectadores, e o fazem com iscas que consistem em fotos e vídeos de si mesmas em poses e situações sensuais e sexuais. E o Instagram permite.
Isso é problemático por vários motivos. O Instagram é o segundo site de mídia social mais popular entre adolescentes, atrás apenas do YouTube, segundo The Pew Research Center. O site permite que usuários de até 13 anos tenham contas, embora os mais jovens usem o site com a permissão dos pais. Adolescentes gostam da ferramenta de criar conteúdos (stories) que desaparecem em 24 horas, e, auto-referentes que são, de produzir e compartilhar informações da própria vida.
É hora de o Instagram aplicar aquilo que prega. Ou revisar seu regulamento para refletir a realidade.