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Carmen trabalhou no segmento de couro — o de animais mesmo — durante 15 anos, até decidir buscar substitutos à altura. Foi numa viagem às Filipinas, quando não só percebeu que a qualidade da matéria-prima animal vinha caindo como se deu conta de que as inúmeras plantações de abacaxi locais jogavam fora volumes enormes de folhas.
Aos 62 anos, criou a start-up Ananas Anam (fica o exemplo para quem se sente velho demais para empreender!), fabricante do material que batizou de Piñatex. Antes disso, encarou sete anos de estudos sobre a indústria têxtil na Royal College of Art, em Londres, de onde saiu Ph.D. No mercado desde 2015, aprimorou o material e atraiu marcas grandes como a Hugo Boss. Em seguida, foi finalista do Initiative Women’s Awards, da joalheria Cartier.
Produzir um metro quadrado de Piñatex requer 460 folhas. O que não é um problema para a marca, que estima que o material orgânico que vai para o lixo nos dez maiores produtores de abacaxi seria suficiente para substituir 50% do couro animal usado no mundo. O processo de fabricação é todo ecocorreto, e o metro quadrado do produto é vendido a preços entre €25 e €40.
Dá para dizer que o couro de abacaxi substitui COM PERFEIÇÃO o bovino? Não, não dá. Mas chega bem perto disso, e pode virar produtos excelentes como os da galeria de imagens a seguir. É uma alternativa interessantíssima, que merece ser aprofundada. Sobretudo numa era em que a moda começa a atender à demanda dos consumidores jovens por produtos mais conscientes — outro dia mesmo, a Chanel anunciou que não vai mais usar peles e couros de animais exóticos.
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