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Vitorioso na campanha presidencial mais polarizada da história, Bolsonaro (PSL) também terá de enfrentar um rombo fiscal que já dura cinco anos e um cenário econômico que conta com 12 milhões de desempregados e a necessidade de reformas como a da Previdência.
Em meio ao forte esquema de segurança que cerca a posse, o tradicional desfile em carro aberto dos presidentes recém-empossados pode não ocorrer e uma decisão sobre o assunto será anunciada apenas nesta terça-feira.
Bolsonaro foi alvo de uma facada durante evento de campanha em Juiz de Fora (MG) em setembro e também foi alvo de ameaças, entre elas a feita em uma página na Internet por um grupo intitulado Maldição Ancestral que afirma que pode cometer um atentado contra o capitão da reserva do Exército na posse.
Diante de ameaças “vivas” contra o futuro presidente, nas palavras do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sergio Etchegoyen, será feito um número maior de bloqueios do que em posses anteriores para quem quiser acompanhar a posse na Esplanada do Ministério –fechada desde o domingo– e a entrada de pessoas com bolsas e mochilas, por exemplo, está proibida.
O acesso à Esplanada, que ficará bloqueada por 80 horas sendo novamente liberada somente na quarta-feira, será feito somente a pé e pela rodoviária de Brasília. A expectativa é que entre 250 mil e 500 mil pessoas acompanhem a posse de Bolsonaro. O GSI não quis revelar o efetivo de segurança que será usado no evento.
Além de simpatizantes e lideranças políticas brasileiras, também acompanharão a posse do novo presidente autoridades internacionais, como o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, representantes de dois países com que Bolsonaro deverá buscar relações estreitas.
MUDANÇAS E DESAFIOS
Em vez disso, nomeou auxiliares alinhados à sua ideologia mais à direita e apontou que suas tratativas com o Parlamento se dariam por meio de conversas com bancadas temáticas –nomeou a coordenadora da Frente Parlamentar da Agropecuária, Tereza Cristina, para chefiar o Ministério da Agricultura, por exemplo.
Indicou também vários militares para postos-chaves do governo, casos dos generais Augusto Heleno e Carlos Alberto Santos Cruz, que estarão ao lado do novo presidente no Palácio do Planalto, o primeiro como chefe do GSI e o segundo à frente da Secretaria de Governo.
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A efetividade dessa estratégia, no entanto, tem sido alvo de ceticismo por parte de lideranças partidárias acostumadas com os bastidores da política.
Bolsonaro deve inaugurar também um novo modelo de comunicação de presidente da República. Após vencer a eleição impulsionado por uma bem-sucedida estratégia nas redes sociais, o novo presidente fez de sua conta no Twitter o principal canal para anúncios de nomes do primeiro escalão.
O modelo, parecido com o adotado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de quem Bolsonaro é declarado admirador, deverá permanecer com o capitão da reserva instalado no gabinete presidencial.
A mudança radical na política externa, que deverá ser uma das marcas do novo governo, poderá ser testada já no final do primeiro mês de mandato, caso Bolsonaro compareça –como tem sinalizado que fará– ao Fórum Econômico Mundial, na cidade suíça de Davos.
Após a sua estreia no palco internacional, o novo presidente se ausentará do cargo para realizar a cirurgia de retirada da bolsa de colostomia, colocada após a facada de setembro que perfurou seu intestino e o obrigou a passar por duas cirurgias de emergência.
Primeiro militar a assumir a Presidência desde o fim da ditadura em 1985, Bolsonaro será temporariamente substituído nesses dois períodos –a possível viagem a Davos e a cirurgia– pelo seu vice, o general da reserva Hamilton Mourão, que será assim o primeiro general a ocupar o Palácio do Planalto desde o fim do regime militar.
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